A Parada LGBT no pós pandemia

Como foi a celebração pelo orgulho queer após dois anos de pandemia
por
Michelle Batista Gonçalves
|
15/06/2022 - 12h

Por Michelle Batista Gonçalves

Com a pandemia provocada pelo vírus da COVID-19, a reclusão e o medo foram as tônicas de nossas vidas nos últimos dois anos. Bares, boates, restaurantes e parques: tudo estava fechado ou limitado em seu funcionamento. Encontrar pessoas? Somente nos mercados e farmácias, a uma distância de um metro e meio, de preferência. Uma adaptação ao novo mundo que se apresentava a nossa frente foi necessária. Assim, importantes eventos anuais foram adiados ou remanejados a novos formatos – com as famosas lives, por exemplo –, mas finalmente, após este longo período de isolamento e afastamento, o calor do contato humano ganhou as ruas da Avenida Paulista mais uma vez, em uma celebração pelo mês do orgulho LGBTQUIA+.

Junho, escolhido o mês do orgulho em homenagem a Revolta de Stonewall – forte protesto contra a discriminação queer, ocorrido em 28 de junho de 1969, em Nova York –, é também o mês no qual a Parada LGBT de São Paulo celebra, todos os anos, a resistência e luta de toda sua comunidade; tendo sua primeira edição realizada em 28 de Junho de 1997.

Marcando o 19 de junho de 2022, a 26° Parada LGBT de São Paulo, teve o tema "Vote com orgulho - Por uma política que representa". De acordo com Claudia Garcia, presidenta da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP), é importante o apoio a representantes efetivamente comprometidos com um Brasil mais igualitário e humano. Além dos 19 trios, que este ano contou com participação e shows de nomes como Pabllo Vittar, Luísa Sonza, Ludmilla, Pocah, Liniker, Mateus Carrilho e Quebrada Queer, as cores do arco íris eram pintadas com muito glitter e acessórios nos 2,8 longos quilômetros da rua com a maior diversidade de pessoas possível. Aliás, ao chegar na grande avenida, mal se podia andar entre as milhões de pessoas presentes no evento.

Kendely Caroline, que estava presente na celebração desse ano, relata uma sensação de liberdade e alívio em poder retornar às ruas após dois anos de pandemia. Este período pandêmico sem a possibilidade de celebrar a resistência e existência de pessoas que "amam e se sentem como eu" - em suas próprias palavras - foi realmente difícil. Apesar da insegurança e um resquício de medo e dúvida no ar, houve uma agitação maior por parte do público na comemoração desse ano; uma empolgação em compensação pelo tempo perdido.

A Parada LGBT é um evento de grande importância para a representatividade e união de sua comunidade. "Ver tantas pessoas que são julgadas e discriminadas somente por existir, me dá medo. Mas aqui, nesse momento, enquanto ocorre esse evento, sinto que mesmo com medo podemos ser quem somos de verdade. E celebramos isso".

 

Tags: