Rio São Francisco,
Rio Pinheiros,
A aldeia de Caynã Pankararu é favela,
Real Parque, próximo ao Estádio do Morumbi.
Morumbi, termo tupi-guarani,
"Morro verde", mas de aspecto concretal.
A aldeia Pankararu é de Pernambuco,
Mas também é Real.
Os corpos que habitam essa comunidade,
De luta contínua, de geração a geração,
São mais do que cultura,
Também são tradição.
Leroy Merlin,
Shopping Cidade Jardim,
O que antes eram terras indígenas,
Hoje são antros do capitalismo sem fim.
Caynã vive, mas a burguesia lhe tirou,
O que antes era lar,
Hoje é Pão de Açúcar,
Não os morros, e sim o supermercado,
Mas ele não se abalou,
Não se sentiu derrotado.
A resistência indígena jovem,
Que ele defende desde que se conhece por gente,
Não fortalece apenas Pankararu,
Mas todos os primos, de norte a sul.
Apesar da distância, a aldeia continua viva,
Mais de duzentas famílias são periféricas,
Com invasões e truculência policial,
Retornar à aldeia nordestina é cultural,
É espiritual.
O ID Jovem traz conforto,
Voltar à aldeia raiz por vinte reais traz o barro sagrado,
A pintura corporal traz o encontro,
Ensinar o sagrado é elevado.
Que as escolas Pankararu,
De professores indígenas e não-indígenas,
Ensinem sempre ao seu povo,
Que resistência é essencial,
Ainda mais para a aldeia Pankararu, que é Pernambuco, é Real.