Pandemia atrapalha, mas relações amorosas sobrevivem

Diante a tragédia global da covid-19, casal encontra dificuldade em conciliar a relação com o novo normal
por
Flavia Vasques Cury
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05/05/2021 - 12h

IIris e Matheusris Valk Costa, 20, e Matheus Costa Bulhões, 21, namoram há três anos e enfrentam os desafios do isolamento social. “Foi difícil, mas trouxe uma mudança positiva no nosso relacionamento”, conta Valk.

Ela mora em Cubatão e Bulhões em São Vicente e, ainda que estivessem acostumados a passar períodos longe, a quarentena impactou a relação.

De início brigaram muito, pois a pandemia trouxe à tona sentimentos ruins que descontavam um no outro. “A gente estava quase desistindo de tudo, da faculdade, do estágio, de nós mesmos”, Valk desabafa. “Virou uma bola de neve: tentava ajudar ele e esquecia que eu também precisava de ajuda, aí, ele me via triste e fazia o mesmo.”

Mesmo quase desistindo, resolveram ver tudo com outros oMayara e Netolhos e mudar o rumo do namoro. “A pandemia nos ensinou que, um para o outro, somos as únicas pessoas no mundo que são insubstituíveis.”

Mayara Neudl e seu parceiro José Carlos Nagata Neto, ambos de 24, moram juntos desde 2017. Sendo muito amigos e dedicados em fazer tudo dar certo, não tiveram atrito durante o isolamento além das ninharias do dia a dia. “É saber como falar, tratar como você gostaria de ser tratado”, Neudl aconselha.

Ela diz que seu amor durante a pandemia foi fortalecido de forma que “não tem como colocar em palavras”

Para Mellina Gabriella Antoviche, 22, e Bruno Wilson Bruno e MellinaCavalcante e Castro, 21, o amor veio antes da pandemia, mas o namoro apenas nos primeiros meses de isolamento. Cavalcante conta que foi doloroso, tinham começado o relacionamento recentemente e não podiam se ver. “A gente só ficava cada vez mais bobo um pelo outro.”

Os dois moram na Baixada Santista, mas pela quarentena, conversam bastante por chamadas de vídeo. “Fez a gente se conhecer muito bem e muito rápido.”

No caso de Nátany Copertino e Maria Clara do Nascimento Figueiredo, as duas de 20 e de Santos, o amor chegou de outro jeito - aprendendo a se amar depois de um término.

Figueiredo fala que o isolamento não foi o pivô do final de seu relacionamento, mas foi um agravante. “Como a mãe dele é enfermeira, ele veio morar aqui para se proteger, e isso acabou gerando estresse e brigas."

Copertino concorda. Ela morava em São Paulo e com a quarentena, voltou para a sua cidade. “Percebi que me sinto mais confortável e independente aqui, e ele tinha problemas com a distância.”

Ambas tiveram que aprender a lidar com a solidão do isolamento, e por fim, conseguiram se sentir bem estando solteiras novamente.

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