O Osasco Voleibol Clube conquistou seu sexto troféu da Superliga Feminina após uma seca de 13 anos sem vitórias. Por 3 sets a 1 (26/24, 19/25, 28/26 e 25/20), a equipe do técnico Luizomar derrotou o Sesi Bauru no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, com mais de 10 mil pessoas presentes.
O jogo foi bem disputado, caso o Sesi Bauru vencesse, seria um título inédito. Já para o Osasco, oito anos sem participar de finais e mais de 13 anos sem ser campeão. As últimas vitórias do time osasquense foram nas temporadas de 2002/03, 2003/04, 2009/10 e 2011/12.
Esta decisão 100% paulista acaba com a hegemonia mineira. Foram seis finais pão de queijo, como é conhecida a rivalidade mineira entre Minas Tênis Clube e Praia Clube de Uberlândia.
Natália Zilio foi eleita a MVP (Jogador Mais Valioso) da temporada, Camila Brait levou o troféu Vivavôlei de melhor jogadora da partida, a jogadora revelação ficou com Jheovana Emanuele do Paulistano Barueri, e o melhor técnico foi Luizomar de Moura do Osasco.
A seleção da Superliga Feminina de 2024/25 ficou com:
Levantadora: Dani Lins (Sesi-Bauru)
Oposta: Kisy Nascimento (Minas Tênis Clube)
Ponteira 01: Natália Zílio (Osasco)
Ponteira 02: Sofya Kuznetsova (Praia Clube)
Central 01: Adenízia Silva (Praia Clube)
Central 02: Thaisa Daher (Minas Tênis Clube)
Líbero: Camila Brait (Osasco)
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— Osasco Voleibol Clube (@OsascoVC) May 1, 2025
A partida
No começo do set, o Osasco já abriu 5 pontos a 1, começando com uma boa vantagem. Henrique Modenesi, treinador do Sesi Bauru, teve que gastar o primeiro pedido de tempo logo no início da partida, que surtiu efeito dentro de quadra e fez a equipe de Bauru encostar no placar. O Bauru conseguiu empatar com um ace da levantadora Dani Lins e assumiu a liderança com um bloqueio de Mayany em Natália. Porém, essa virada não desestabilizou o Osasco que salvou um set point e pontuou, de virada, fechando a primeira parcial em 26 a 24.
O Sesi Bauru reagiu e buscou o segundo set, abrindo uma diferença de 12 a 7. O Osasco encostou com uma pontuação de 12 a 11, após uma grande sequência de erros do time bauruense. Mas não foi o suficiente para o Osasco virar e fechar o set. A partida também foi marcada pelos rallys longos.
No terceiro set, o time de Luizomar abriu 5 pontos a 0, com um rally de 54 segundos, o mais longo do jogo, arrancando aplausos dos torcedores e o cansaço das jogadoras. Apesar do time osasquense liderar, o Bauru incomodou e encostou no placar, 9 a 9. O fim desta parcial foi intenso com uma série de erros dos dois lados. Destaque para a central Valquíria, do Osasco, que assumiu a responsabilidade e fechou o set por 28 a 26.
O quarto e último set foi disputado ponto a ponto. O Osasco começou com superioridade abrindo 13 a 9 no placar, mas rapidamente o Bauru buscou uma reação e virou o placar em 19 a 18. Os nomes da partida, Natália e Tiffany, foram acionadas constantemente e assumiram a responsabilidade. Tiffany fechou o set em 25 a 20 e consagrou o Osasco hexacampeão, de virada.
Pelo lado do Osasco, Natália foi a maior pontuadora, com 25 pontos e Tiffany a segunda, com 24. Já do lado do Sesi-Bauru, Bruna Moraes anotou 24 pontos e Acosta, 19.
Em um discurso super emocionada, Tiffany desabafou após se tornar a primeira mulher trans a vencer a Superliga.
Estou muito feliz de poder ter essa representatividade dentro de quadra, sendo a primeira mulher trans campeã da Superliga, depois de oito anos de muita luta, de muita transfobia. Às vezes tentar parar por medo, mas, eu tenho um Deus maior que falou: ‘Filha, não, você tem que continuar.”