O mundo consome diariamente as famosas produções “Hollywoodianas” e pode-se dizer que elas são uma das maiores fontes de cultura e entretenimento atualmente. Muitos fãs de séries e filmes ficaram sabendo dos protestos, por verem seus atores favoritos em meio a esse movimento, mas acabaram não tendo um conhecimento mais aprofundado sobre o assunto. O tão comentado SAG-AFTRA (Screen Actors Guild American Federation of Television and Radio Artists), é conhecido no Brasil e traduzido como “Sindicato dos Atores de Hollywood”, uma organização que acomoda e representa atores de cinema, televisão, jornalistas, personalidades televisivas, cantores, dubladores e outros profissionais da mídia que podem se encaixar nessa lista, podendo ser de dentro ou de fora dos Estados Unidos.
Inicialmente, o sindicato começou apenas com o SAG, em 1933, com a função de melhorar as condições de trabalho e pagamento dos atores da época, sendo assim, desde sua fundação, uma federação que lutava pelos direitos dos artistas. Já o AFTRA, foi criado em 1935, com a aprovação das leis trabalhistas, tendo inicialmente o intuito, abranger personalidades de rádio e da indústria fonográfica. Em 2012 ambas as associações se fundiram, criando o SAG-AFTRA. Hoje em dia eles unem cerca de 160 mil pessoas das áreas de filme, rádio e televisão.
As greves que ocorreram em 2023 nos Estados Unidos, foram promovidas pela Associação dos Atores, que protestaram contra o uso da inteligência artificial em produções de Audiovisual, fazendo com que os artistas acabem tendo uma certa preocupação com o uso indevido ou não remunerado de suas imagens. “Os protestos são extremamente importantes, mostrando perseverança e construindo uma base melhor para todos na indústria e para as futuras gerações de criadores”, afirma Giulianna Gasparotto, atriz atualmente situada na Califórnia.
O crescimento e a promoção do uso da inteligência artificial (IA) só aumenta e consegue reproduzir a pessoa exatamente como ela é na vida real, sem que ela esteja presente no set de gravações, usando imagens sem uma autorização prévia e até mesmo sem pagar um centavo pela sua “participação” em um projeto. O uso da IA no cinema tem o intuito de promover as suas produções, tendo a colaboração de um ator, sem pagá-lo, o que faz com que um estúdio economize um bom dinheiro, afinal, o cachê de um ator normalmente é bem alto, mesmo por uma breve participação, ainda mais se o artista for uma A-list celebrity (Celebridade de Classe A), que seria uma personalidade conhecida amplamente no mundo do cinema.
Esses protestos foram relevantes para o mundo do cinema, já que produções foram adidas, roteiristas, atores e produtores aderiram ao movimento, alguns até mesmo boicotando projetos que estavam envolvidos. Em entrevista com a atriz e estudante de cinema brasileira, Giulianna Gasparotto, que atualmente reside em Los Angeles, ela conta um pouco sobre a sua experiência vivenciando esse momento e qual a sua visão sobre tudo isso.
Em relação ao movimento, Giulianna afirma: “Poder estar presente durante as manifestações foi muito importante para aprender mais sobre opiniões diferentes durante os acordos que estão sendo feitos. Poder ouvir em primeira mão a experiência de atores, escritores e diversas pessoas em áreas diferentes da indústria do cinema aqui em Los Angeles” . Diversos outros artistas também vieram a público para dar o seu apoio e suporte para o movimento em si e outros colegas que estavam presentes nas manifestações", diz Giulianna.
Além disso, muitas figuras vieram à público comentar sobre o uso de IA, não necessariamente como algo negativo, mas sim como algo que usado de maneira correta, pode ser benéfico. “IA pode ajudar na organização e preparações antes de uma gravação, também pode ajudar a melhorar a qualidade dos efeitos especiais e eficiência das produções. Esse é o ponto onde devemos chegar, onde IA complementa o nosso trabalho mas não interfira nas áreas onde podemos mostrar o nosso talento e humanidade”, afirma Giulianna.
O cenário dos protestos ainda continua vivo e causou um enorme impacto no mundo do cinema, possuindo até mesmo uma página na Wikipédia sendo totalmente dedicada ao evento. Tendo apoio de diversos atores, como Wagner Moura, Jennifer Lawrence, Amy Adams, Daniel Radcliffe e Ariana Grande, alguns deles marcaram presença nas manifestações, outros deram seu apoio via redes sociais. O movimento também contou com o apoio do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.