Os metroviários na fila da vacina

Os funcionários do metrô e CPTM serão os próximos a entrarem na fila da vacinação, que terá início no dia 11 de maio, já aqueles que trabalham nos ônibus continuam sem previsão para tomar a vacina, embora a notícia seja boa para alguns, não é para outros
por
Julio Cesar Ferreira e Helena Monteleone Sereza
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06/05/2021 - 12h

Os funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os metrôs, ônibus e trens não pararam desde o início da pandemia, o que expõe a necessidade da categoria de motoristas, condutores, cobradores e outros funcionários do transporte público se vacinarem com prioridade. Embora os motoristas de ônibus ainda não tenham entrado na fila, os funcionários do metrô e CPTM, conseguiram. 

Serão vacinadas 9.500 pessoas, incluindo todos os operadores de trens, independentemente da idade, e demais funcionários da operação, que lidam diretamente com o público, acima dos 47 anos. Entram ainda, os trabalhadores da operação das linhas 4-amarela e 5-lilás, que são privatizadas.

Em vídeo, Alexandre Baldy, secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, divulga que “estaremos vacinando trabalhadores das operações, aqueles que estão nas estações como operador, aqueles que estão como segurança e aqueles que estão para a limpeza, a higienização de todas as superfícies das pessoas que tocam a todo momento. Exclusivamente os que estão em contato com milhões de pessoas a cada dia estão sendo vacinados pelo Governo de São Paulo”.

A AGEMT conversou com o Altino Prazeres Jr, coordenador do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e militante do PSTU. Perguntamos qual a visão dele sobre a vacinação para a categoria. Para ele, “O setor de transporte deveria ter sido incluído logo depois dos idosos e setores de saúde já que são grandes transmissores''. Ele acrescenta criticando a situação atual. 

“Se o governo bolsonaro tivesse comprado as vacinas antes, e não fizesse campanha contra elas no seu início. E também, os próprios laboratórios, se não tivessem fazendo leilão da vacina, mas quebrassem a patente, a vacinação ocorreria de forma mais abrangente em todo o mundo."

Em sua opinião, “a velocidade da imunização está muito atrasada, descaso de todas as esferas governamentais”. Altino ressalta ainda que, “A ganância das grandes empresas e milionários está impedindo a sociedade de colocar um fim na pandemia. A falta de esforço está sendo o maior obstáculo para a imunização mais rápida e trazer ajuda para o maior número de pessoas possíveis”, conclui.  

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Altino Prazeres, coordenador do Sindicato dos Metroviários e militante do PSTU. (Foto/Acervo Pessoal)

 

O Metrô já soma 22 mortes entre seus funcionários, além de cerca de 1.500 contaminados, segundo contagem do sindicato dos Metroviários, que convocou uma “greve sanitária”.

Prazeres traz também que, “Por mais que todos os trabalhadores sejam imunizados, ainda há o risco de serem infectados por diferentes mutações do vírus". O coordenador relata que tem ansiedade, pois  gostaria que "ele e os colegas fossem vacinados mais rápidos”. 

O relatório da Administração do Metrô divulgado, mostra que embora a pandemia tenha tirado passageiros nos primeiros meses da chegada do vírus ao Brasil, foram feitas quase 3 bilhões de viagens nos transportes públicos que passam pela capital, entre metrô (764 milhões), CPTM (505 milhões) e ônibus municipais (1,6 bilhão).

Prazeres ainda expõe, que a notícia deixou o sindicato contente, porém, frustrados por garantir a vacina apenas para os funcionários com idade a partir de 47 anos e o Governo do Estado de São Paulo não deu explicações ou informações para o sindicato, os trabalhadores e para os funcionários da área de segurança. “Há um desejo, mas ainda uma insatisfação, pois grande parte da categoria não vai ser vacinada no momento”. 

Na pandemia, o metrô do Estado teve um prejuízo de cerca de R$1,7 bilhões devido à queda do número de passageiros, acarretando diminuições de vagões e trens em circulação pela capital. As linhas 1 – azul e 3 – vermelha sofreram uma retirada de 17% comparado com anos anteriores, enquanto a linha 2 – verde foi a mais atingida, com menos 29% de viagens diárias.