Os caminhos da internet e inteligência artificial

Simpósio internacional traz a história da internet e as perspectivas dos profissionais para o futuro da área
por
Beatriz C. Porto, Giovanna O. da Silva e Lorrane de Santana Cruz
|
02/10/2023 - 12h

Nos dias 11 e 12 de setembro aconteceu o 2° TechnoIN - Simpósio Internacional em Tecnologias da Inteligência, desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Transformação Digital e Sociedade, do Programa de Pós Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital. O objetivo do evento é criar um diálogo entre estudantes, pesquisadores e profissionais do Brasil e Canadá. 

No dia 12, o painel 2: A história da internet e a evolução da IA (Inteligência Artificial), contou com a presença de Claudio Pinhanez, Demi Getschko, Dora Kaufman, Solange Luz e Soumo Mukherjee. Os pontos principais desta palestra foram contar o surgimento da internet, o treinamento de IA e debater sobre o que poderá acontecer no futuro com a Inteligência Artificial.  

Demi Getschko é professor da PUC-SP, e abriu a palestra falando sobre a história da internet apresentando sua perspectiva profissional. "A internet começa a partir de uma pesquisa em um laboratório de pesquisas avançadas dos Estados Unidos, chamado Arpanet". Getschko, conta que conviveu com alguns dos pesquisadores da internet. "Tenho vários estudos desses pioneiros que estão vivos e eu tive a sorte de conhecê-los bem". 

Explicando um pouco, sobre o contexto histórico do que viria a se tornar internet e como funcionava ele explica: "certamente a Arpanet nasceu com o dinheiro militar, é um projeto feito com o financiamento militar, assim como o GPS".  "Arpanet era uma rede de troca de pacotes o software original servia para realizar essas trocas. Quando mudado, foi implementado no lugar dele um conjunto chamado TCP ou TCPI". Esse IP foi nomeado de internet protocol, ou seja, protocolo de internet. 

Já Claudio Pinhanez, do IBM Research Brasil, contextualizou a história da Inteligência Artificial no mundo. "Vou tentar falar sobre IA como alguém que trabalha há 35 anos nessa área. Comecei a trabalhar em torno de 1987, antes do Brasil entrar na bitnet". Ele continua, "eu gostaria de usar esse espaço para a gente entender o que está acontecendo em Inteligência Artificial e todo esse enorme fuzuê que ronda o assunto, já que todo mundo virou especialista sobre o assunto". 

Tentando desmentir conspirações e fakes news criadas sobre esse tema, ele verbaliza, "É preciso dar um contexto para colocar calma, paciência e a gente se conter um pouco no que a gente está falando sobre IA". 

Apesar de um debate muito atual no meio digital, a inteligência artificial não é algo criado e pensado recentemente. "O que está acontecendo na IA não é novo, nós estamos na quarta, quinta onda com excitação em volta do assunto". Ainda falando sobre o seu trabalho, Pinhanez conta sobre uma exposição que aborda inteligência artificial. "A IBM atuou com o Museu Catavento, nós montamos uma exposição para ensinar a respeito da IA para crianças e famílias. Eu montei um mural com os momentos que considero importantes". 

Voltando algumas décadas, mais especificamente em 1950, Cláudio conta que já havia pesquisas sobre as máquinas inteligentes. "O pesquisador britânico Alan Turing, ficou intrigado ao mexer com sistemas avançados de computação no contexto da época, ele pensou na ideia de que esses sistemas iriam virar inteligentes". Algumas décadas depois, em 1990 o profissional da IBM, diz que é uma época interessante e que se os problemas eram as máquinas, era necessário adicionar mais máquinas. O aprendizado dessas tecnologias é uma característica muito forte". 

E por fim, o último convidado foi o professor da Toronto Business College, Soumo Mukherjee. Que iniciou sua participação dizendo concordar com os demais participantes do painel. "Primeiro eu gostaria de dizer sobre as duas fases da internet, quero falar do passado e do futuro. Nós temos uma especulação sobre a ideia de enciclopédia final, ela seria um repositório de informações humanas. Mas eu aprendi que isso não existe, é apenas uma teoria sobre ficção". 

Ainda sobre essa teoria Soumo diz que, "essa ficção está ali já quase imediata, duas décadas depois nós tínhamos a Wikipedia, e ela não está na nuvem". Finalizando, o professor Mukherjee explora o assunto IA. "Agora nós temos um crescimento explosivo de inteligência artificial, não tem singularidades, mas os trabalhos estão mudando isso é uma realidade. Isso é trabalho para cientistas de dados, e o que devemos fazer é procurar soluções para assim ter dados de uma forma rápida, que possam ser processados", completa o professor.