Os ataques israelenses contra agentes da Unifil, a missão de manutenção da paz da ONU, receberam ampla condenação internacional após dois incidentes em menos de 48 horas.
No dia 10 de outubro, dois soldados da Unifil ficaram feridos após um tanque israelense disparar contra uma torre de observação de uma das bases da ONU. No dia 11, outros dois agentes também foram feridos em um bombardeio israelense.
Além das duas ações, militares das forças de paz relataram soldados israelenses utilizando escavadeiras para remover barreiras da ONU ao longo da fronteira entre Israel e o Líbano.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou o ataque como “intolerável e não pode se repetir”. O portugues foi considerado persona non grata por Israel no início do mês por não condenar o Irã, após lançamentos de mísseis contra o Estado judeu.
Na última segunda-feira (14), Itália, Reino Unido, França e Alemanha afirmaram que os ataques de Israel são contrários ao direito humanitário internacional e devem parar imediatamente. Em uma declaração conjunta, as quatro nações reafirmaram “o papel estabilizador essencial” desempenhado pela Unifil no sul do Líbano, acrescentando que Israel e outras partes tinham que garantir a segurança das forças de paz em todos os momentos.
A situação entre os países europeus e Israel é ainda mais tensa. A missão de paz conta com centenas de soldados europeus, que têm sido repetidamente atacados pelos militares israelenses. Israel pediu à ONU que retire as tropas da área, pois ela tem como alvo as forças do Hezbollah.
O governo braisleiro também emitiu um comunicado, condenando a invasão israelense à base da Unifil.
“Ataques deliberados contra integrantes de missões de manutenção da paz e instalações da ONU são absolutamente inaceitáveis e constituem grave violação do Direito Internacional, do Direito Internacional Humanitário e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, declarou o governo brasileiro.