No estádio Education City, com cerca de 44 mil expectadores, Marrocos e Espanha se enfrentaram pela penúltima vaga para às oitavas-de-final da Copa do Mundo, na terça-feira (06).
A seleção marroquina chegava ao confronto como a primeira colocada do Grupo F, de forma invicta e com a melhor defesa do torneio, sofrendo apenas 1 gol, marcando contra na última rodada. Os espanhóis depois de tropeçarem surpreendentemente contra o Japão, ficaram em segundo lugar no grupo G, tendo o melhor ataque desta fase ao lado da Inglaterra, com 9 gols marcados.
Antes do duelo, o técnico Walid Regragui optou pela volta do volante Selim Amallah ao time titular, substituindo Abdelhamid Sabiri. A equipe marroquina começou a partida variando sua marcação entre um bloco médio e baixo, com o objetivo em diminuir espaços para a progressão do adversário e contra golpeá-lo rapidamente após a recuperação da bola.
Apesar dos 69% de posse de bola, o que era um cenário previsto, os comandados por Luis Enrique só levavam perigo quando pressionavam o goleiro Yassine Bounou, forçando seu erro ao tentar sair jogando. Fora isso, os espanhóis tiveram apenas uma oportunidade de abrir o placar no primeiro tempo, com um chute de Marco Asensio aos 25 minutos.
Os lances mais ameaçadores ficaram para o lado marroquino, em cobrança de falta de Achraf Hakimi aos 11 minutos, um arremate de longe de Noussair Mazraoui aos 32 e uma cabeçada do zagueiro Nayef Aguerd aos 41, após cruzamento de Sofiane Boufal, que foi um dos destaques dessa etapa, incomodando o marcador Marco Llorente nas transições pelo corredor esquerdo.
Na segunda metade, embora tenham tido um amplo domínio, alcançando 81% de posse, a Fúria não conseguiu transformar seu volume de jogo em ocasiões reais de gol. As duas chances mais claras aconteceram em bola parada, batidas direta em direção à meta de Bono, que defendeu ambas.
Dentro de sua proposta, os africanos provaram novamente a força do seu coletivo, com sistema defensivo bem compactado, conduzindo a partida para a prorrogação.
Depois do tempo regulamentar, o confronto mostrou-se aberto e Walid Chedira, que entrou na etapa complementar, teve o grande momento de sacramentar o resultado para Marrocos, mas esbarrou no goleiro Unai Simón. Nos acréscimos da prorrogação, Pablo Sarabia ainda teve a chance da classificação para a “La Roja”, porém, a sorte estava aliada aos Leões do Atlas, e a bola tocou levemente a trave.
Nos pênaltis, a estrela de Bono brilhou, pegando duas das três cobranças espanholas, uma delas do experiente capitão Sergio Busquets. Na penalidade decisiva, Hakimi que originalmente nasceu em Madrid, cobrou com requintes de crueldade, de cavadinha, fazendo a festa dos mais de 37 milhões de marroquinos espalhados pelo país, deixando o dia 06 de dezembro de 2022 eternizado para os marroquinos.
Regragui ser tornou o primeiro treinador africano a chegar às quartas-de-final da Copa do Mundo e sua seleção se igualou a Camarões (1990), Senegal (2002) e Gana (2010) como as melhores campanhas do continente no torneio.
A próxima batalha dos marroquinos é contra a seleção de Portugal, no próximo sábado (09), às 12h, no estádio Al Thumama.