O Retorno de Super Max

Max Verstappen volta a vencer em Monza, em corrida marcada por polêmica na McLaren
por
Mickey Achoa
Anderson Santos
|
10/09/2025 - 12h
Max Verstappen venceu o Grande Prêmio da Itália.
Max Verstappen venceu o Grande Prêmio da Itália.
Foto: Sem van der Wal / ANP 

A manhã do último domingo (7) foi agitada e controversa no palco da principal categoria automobilística do planeta. A volta da Fórmula 1 à Monza, uma pista conhecida por alta velocidade e corridas empolgantes, em especial em uma temporada tão equilibrada e disputada quanto a corrente, já dava o que falar antes mesmo de começar.

Classificação

Depois de muitos testes durante as sessões de treinos livres, algumas equipes tentaram acertos diferentes para o carro visando a sessão classificatória. O principal destaque do quali ficou com o holândes voador, Max Verstappen (Red Bull Racing), em uma surpreendente pole position, batendo os tempos de Lando Norris e Oscar Piastri, dupla da McLaren, que fecharam o top 3.

Outra surpresa foi o desempenho muito abaixo do esperado por parte da Racing Bulls. O time teve dificuldades com o acerto do carro para essa etapa e deixou os seus pilotos sem uma boa janela de operação, o que acabou refletido na classificação, com Hadjar e Lawson na 16ª e na 20ª posição, respectivamente.  

Outros pilotos que se sobressaíram na sessão foram Gabriel Bortoleto (Kick Sauber), que finalizou em oitavo, e Fernando Alonso, em nono. 

Corrida

Ainda na volta de apresentação do GP da Itália, Nico Hulkenberg (Kick Sauber) viu seu C45 apresentar problemas mecânicos e foi forçado a se retirar da prova antes mesmo de se alinhar no grid.

Logo no apagar das luzes, Charles Leclerc (Ferrari) com uma boa largada acaba tomando o terceiro lugar de Oscar Piastri (McLaren), no entanto, o australiano, especialista em saídas de curvas, retomou a posição logo na sinuosidade seguinte em uma manobra surpreendente.

Por outro lado, Kimi Antonelli (Mercedes) perdeu o tempo da largada, atrasou a partida e caiu três posições no grid e, antes mesmo da primeira curva e ainda na primeira volta, já se encontrava na décima posição.

Bortoleto e Fernando Alonso (Aston Martin) se beneficiaram com a infelicidade do italiano e travaram uma batalha empolgante, da qual o brasileiro saiu por cima, depois de algumas reviravoltas. Esse cenário se manteve entre os dois e só foi mudar com a primeira parada nos boxes de ambos. Num lance de rara felicidade, Alonso ganhou milésimos em relação a Gabriel Bortoleto na entrada do pitstop, antes do limite da área que limita a velocidade no perímetro.

Assim, com uma excelente troca de pneus por parte da Aston Martin e, por outro lado, a pior da noite realizada pela Stake Kick Sauber, os milésimos ganhos anteriormente somados aos segundos ganhos na manutenção do carro, fizeram diferença e o espanhol passou o brasileiro dentro dos boxes. 
    
Mesmo com a estratégia criativa, a manhã acabou pouco animadora para a Aston Martin que viu Fernando Alonso ter a suspensão traseira quebrada, após passar por uma zebra e ser forçado a abandonar o GP; seu companheiro de equipe, Lance Stroll, por sua vez, finalizou na última colocação.

Fernando Alonso se retira da corrida em Monza.
Fernando Alonso se retira da corrida em Monza. 
Foto: Reprodução/Instagram/@F1LegendsDaily 

 

O decorrer da manhã foi marcado por muita velocidade, especialmente da parte de “super Max”, que colocava volta rápida, atrás de volta rápida. Na volta 37, Verstappen realizou sua parada obrigatória e voltou na terceira posição, atrás de Norris e Piastri, que ainda precisavam fazer suas paradas. A McLaren respondeu oitos voltas depois, primeiro parando Piastri, e na volta seguinte parando Norris.

Porém, durante o pit stop do piloto britânico, a equipe teve dificuldades em realizar a troca do pneu dianteiro esquerdo de seu carro, o que resultou em uma parada lenta de 27 segundos. Norris voltou na terceira posição, atrás de Piastri, situação que o deixa ainda mais distante do australiano no campeonato de pilotos.

Diante dessa situação, a McLaren então assumiu a culpa pelo ocorrido e pediu para que Piastri deixasse Norris passá-lo, lembrando que a situação já havia acontecido no sentido oposto, no Grande Prêmio da Hungria do ano passado. O líder do campeonato respondeu dizendo que não entendia o pedido, mas acatou a decisão da equipe faltando quatro voltas para o fim.

Se aproveitando da confusão na equipe papaya, Verstappen foi o primeiro a ver bandeira quadriculada, tornando-se o vencedor da corrida mais rápida da história da categoria com 1 hora, 13 minutos e 23 segundos. O holandês quebrou o recorde que pertencia a Michael Schumacher desde 2003, também em Monza, após vencer o Grande Prêmio da Itália em 1 hora, 14 minutos e 19 segundos.

Norris terminou na segunda posição com Piastri completando o pódio em terceiro. Gabriel Bortoleto novamente pontuou, terminando a prova na oitava posição.

Assim, com o resultado do GP da Itália, a distância entre Piastri (324) e Norris (293) no campeonato de pilotos diminuiu para 31 pontos. Verstappen se isolou em terceiro com 230 pontos. Bortoleto subiu para a 16ª posição com 18 pontos. Já no campeonato de equipes, a McLaren (617) lidera de maneira isolada com 337 pontos de vantagem para a Ferrari (280). A Fórmula 1 retorna às pistas em duas semanas, com o Grande Prêmio do Azerbaijão, em Baku.