O Poder do Prazer

por
Giovanna Pereira e Jennifer Dias
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20/11/2019 - 12h

 

 

 

Por muitos anos foi tirado da mulher o direito de se descobrir e também o direito de sentir prazer. De conhecer seu corpo, de ter explosões de felicidade. Para as mulheres existe padrão em como agir, pensar e falar quando o assunto é sexo. Demorou muito tempo até a ciência levar a sério o orgasmo feminino. Enquanto o ápice do prazer entre os homens é estudado desde meados de 1930, as mulheres só foram ser estudadas de fato durante um orgasmo em 2011. Em 2018 foi divulgado que apenas 22% das mulheres brasileiras chegam ao orgasmo. As mulheres heterossexuais são o grupo que chega menos vezes, enquanto as lésbicas atingem 86% e as mulheres bissexuais 66%, informa uma pesquisa da UOL. Existe a teoria que algumas mulheres recebiam massagens pélvicas para induzir paroxismos histéricos ou orgasmos como parte de uma cura, segundo a série Explicando Netflix. Entretanto, masturba-las era um trabalho desgastante então, com o desenvolvimento da tecnologia, ajudaram a criar o vibrador. Desde os anos 1970 quando algumas feministas vendiam brinquedos sexuais em pequenas lojas, houve uma expansão na indústria. Em 2017, estima-se que sejam mais de 15 milhões de dólares.

 

Os vibradores são objetos projetados para buscar de várias maneiras o prazer da mulher, saindo até mesmo do comum: como uma parte do corpo humano. Dessa forma, o vibrador surge como um aliado. É preciso em primeiro lugar, ter autoconhecimento, sobre o próprio corpo e os desejos.

Cada vez mais vídeos tem repercutido nas redes sociais, chamando atenção do público pela forma que os casais encontram para se divertirem sexualmente, com o uso de vibrador por via de aplicativos para celulares. Muito se fala sobre os aspectos positivos e negativos da Internet, no quesito prazer, ela não decepciona. O avanço da tecnologia, trouxe a possibilidade de se satisfazer com o parceiro ou parceira mesmo que a distância, acrescentando ainda mais diversão na vida sexual do casal.

Conversamos com a Priscila Sueli, dona da sex shop Diva Pimenta, para relatar melhor sobre a busca das mulheres pelo prazer. A preocupação sobre o afastamento da relação corpo a corpo é discutido cada vez mais conforme a tecnologia desenvolve. Em relação aos vibradores, quando perguntado se isso pode afetar a vida sexual, Sueli acredita que o uso de vibradores via aplicativos, na verdade, só tem a acrescentar e aproximar.   

Como muitos percebem a timidez e a procura da autonomia do próprio prazer ainda são um tabu, “Eu morria de vergonha. Como existe ainda no Brasil e a gente sabe, tem muita gente travada, eu era muito envergonhada, quem tinha menos timidez era minha mãe”, contando sobre sua própria experiência.  O fato de ter uma sex shop a fez sentir mais confiante e aventureira, sobre o próprio prazer, percebendo que essa é a essência da sua profissão.“Eu aprendi com elas (clientes) o lado profissional do sex shop, que é tenta ajudar. Quando a pessoa entra ela não quer que a gente pense na sacanagem, às vezes ela até quer salvar um casamento, namoro, introduzir alguma coisa que vai alegrar a relação”

E por essa razão que os vibradores são considerados uma forma de fortalecimento da independência, da autonomia e do empoderamento feminino. Não é preciso se contentar com relações ruins ou aceitar menos esforço e dedicação do que você merece. Como resultado, há impactos positivos não somente na felicidade e prazer, como também em questões relacionadas à saúde íntima como a lubrificação vaginal, fortalecimento do assoalho pélvico e facilidade de atingir o orgasmo.

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