A pandemia do novo coronavirus, que teve seu primeiro caso na China, ainda em 2019, trouxe consequências a todas as áreas da sociedade. Desde o comércio até a área da saúde e da educação, ninguém estava preparado para o desafio que seria encarar esse vírus, e com os clubes de futebol não foi diferente. Estamos acostumados a ver e a acompanhar as grandes potências do futebol nacional e internacional; mas estes, apesar de terem enfrentado certa dificuldade, ainda conseguiram se manter em alto nível e, assim, puderam dar aos atletas uma condição ideal de trabalho, além de terem a capacidade de se manterem financeiramente sem que nenhum contrato fosse suspenso.
Infelizmente, não são todos que têm dinheiro suficiente no caixa. A paralisação dos campeonatos nacionais e internacionais fez com que, os clubes que não tivessem condições, parassem de lucrar. O futebol é uma fonte de renda muito grande, porém os clubes dependem de contratos com canais de televisão e com patrocinadores, de torcida comprando ingresso e indo ao estádio, e também precisam de dinheiros das premiações dos campeonatos. Com essa pausa, tudo parou de repente e abruptamente, e os clubes que já não têm muitas condições por não ser da capital, se prejudicaram ainda mais.
Os clubes de interior tem uma projeção baixa em relação ao monopólio do futebol brasileiro. Um exemplo são as questões contratuais, onde os times contratam jogadores por 6 meses, apenas para a disputa dos campeonato estaduais.
“A interrupção do trabalho, que já vem sendo realizado durante anos, foi a situação mais difícil. Tanto o trabalho com o elenco profissional, quanto com as categorias de base.” — Disse o Presidente do Grêmio Novorizontino, clube da cidade de Novo Horizonte, no interior de São Paulo. “Os atletas que viessem a fazer parte do elenco que estaria disputando o Campeonato Brasileiro da Série D, nós prorrogamos esse contrato. O atleta que não ficaria para a Série D, o contrato foi cumprido, na sua totalidade, porém foi encerrado no tempo em que havia sido programado”, completou.
Em um esporte que o entrosamento entre os atletas é extremamente importante, a falta de treinos e de relacionamento interpessoal prejudica toda a projeção que aquela instituição planeja para a temporada.
Alguns clube, para não arcar com custos “desnecessários”, afastaram vários jogadores e funcionários de base, como por exemplo o Flamengo, que já mostrou ter uma postura pífia em relação aos seus funcionários (exceto jogadores). Por mais que a situação financeira de clubes do interior não esteja a boa, o Novorizontino não deixou de lidar com suas responsabilidades, cumprindo todos os contratos de atletas, e mantendo os jogadores de base, que são mais afetados que os profissionais nesse tipo de situação. O clube deu uma aula!
A volta do futebol, durante a pandemia é claramente um desespero coletivo para gerar dinheiro para os clubes grandes, já que sem torcida apenas eles lucram com ‘pay-per-view’. As medidas tomadas para o campeonato Brasileiro da Série A voltar, são extremamente desiguais com o Brasileiro Feminino e as outras divisões do país (Séries B,C e D). No Brasil, infelizmente vivemos em uma bolha na qual só o futebol masculino que vemos na televisão importa, porém não é assim, clubes de menor expressão são clubes, jogadores de base são atletas e futebol feminino também é futebol!
Foto capa: Instagram @oficialnovorizontino