A primeira Parada LGBTQIAPN+ ocorreu em 28 de junho de 1970, nos Estados Unidos. O evento pioneiro aconteceu um ano depois da Revolta de Stonewall, em um bar conhecido na região de Nova York como um “bar gay”, sofrendo uma violenta repressão da polícia nova-iorquina.
Com isso, a população LGBTQIAPN+ organizou manifestações em defesa aos direitos da comunidade e da libertação gay. Um ano depois, em memória daqueles que foram agredidos e presos no bar Stonewall Inn, 10 mil pessoas se juntaram para relembrar do acontecimento. Desde então, todo ano a comunidade LGBTQIAPN+ se reúne em diversas partes do Estados Unidos.
Já no Brasil, a história da Parada se inicia bem depois da norte-americana. Oficialmente em 28 de junho de 1997, o evento surge após anos de luta do Movimento Homossexual, como era chamado. Outras marchas com menor público já haviam acontecido anteriormente, demonstrando a resistência da Comunidade desde o início.
Nos últimos anos da ditadura militar, no início da década de 80, ativistas da causa homossexual se juntaram para confrontar a censura imposta e a discriminação praticada contra a orientação sexual.
O primeiro grupo militante foi criado em São Paulo, em 1978, o SOMOS. Com a presença de mulheres no movimento, ele foi importante para discussões sobre gênero e sexualidade no Brasil, como a luta contra a depreciação do termo “bichas” e “lésbicas”, as diferentes formas de relações entre os gêneros (a ideia de passivas/ativas, afeminados/masculinos), a monogamia, e dentre outros. A partir de 1980, encontros entre grupos homossexuais são organizados e chegam a 200 pessoas reunidas só na primeira edição.
Entretanto, com a forte e preocupante epidemia da Aids e a mistificação de que essa era uma “doença gay”, a força do Movimento Homossexual enfraqueceu. Foram anos de luta contra o preconceito vindo de uma sociedade homofóbica, que tentava de formas infundadas relacionar a questão da saúde pública com a orientação sexual dos indivíduos.
Além disso, é apenas em 1990 que a Organização Mundial da Saúde, retira a homossexualidade da Classificação Estatística de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), possibilitando que alguns passos à frente fossem dados pela comunidade LGBTQIAPN+.
Finalmente, em 1997, no mesmo dia em que ocorreu a Parada do Orgulho nos Estados Unidos, 2 mil pessoas, entre eles gays, lésbicas e transsexuais, marcharam na Avenida Paulista lutando pelo direito de viver e na luta contra a Aids.
A festividade política esteve repleta de maquiagens no estilo da arte drag, casais andando de mãos dadas e diversas bandeiras do Orgulho.
Essa data corrobora em memória de todos os principais militantes LGBTQIAPN+, como o jornal O Lampião da Esquina (1978-1981),Grupo Gay da Bahia (GGB) e o Grupo Dialogay em Sergipe, que lutaram contra a repressão da ditadura, do ódio nos dias da redemocratização e contra o preconceito e mortes que continuam agindo sobre a população LGBTQIAPN+ ainda em 2024.