O Brasil e a NBA

A influência da liga no basquete do país e na formação de novos ídolos brasileiros no esporte
por
Isabela Fabiana
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02/05/2024 - 12h

No último sábado (27), Gui Santos, jogador do Golden State Warriors, realizou uma tarde de autógrafos na NBA Store do Shopping Morumbi Town, em São Paulo. A AGEMT entrevistou o jornalista e comentarista, Ricardo Bulgarelli, que foi questionado sobre a influência da National Basketball Association (NBA) no Brasil e do atleta brasileiro nos torcedores e nos adolescentes brasileiros praticantes do esporte. Além disso, fãs na fila do evento foram questionados pela AGEMT sobre o que sentem, ao ver um brasileiro em quadra pela principal liga de basquete no mundo.  

A INFLUÊNCIA DA NBA NO BRASIL 

Quando questionado sobre a popularização da NBA no Brasil, Ricardo Bulgarelli disse que o Brasil sempre foi apaixonado pela modalidade. “O basquete sempre foi o segundo esporte dos brasileiros. A seleção durante os anos 50 e 60 sempre foi bem competitiva, sendo uma das quatro potencias do basquete até a metade dos anos 80. Depois sim, com a separação da União Soviética e com mais equipes participando, surgiram mais adversários. A globalização da NBA também ajuda demais nessa popularização”, afirmou o comentarista da Prime Video.  

Bulgarelli é um dos principais comentaristas de basquete na televisão brasileira – Foto: Reprodução/X @Bulgarelli1971
Bulgarelli é um dos principais comentaristas de basquete na televisão brasileira – Foto: Reprodução/X @Bulgarelli1971 

A liga americana começou a ganhar relevância no Brasil, com a chegada de grandes jogadores, como Magic Johnson e Larry Bird. Nos anos 80, chegou o principal deles, Michael Jordan, que revolucionou a competição, tanto dentro de quadra, quanto fora. “O brasileiro sempre foi apaixonado por basquete, a NBA é consequência”, completou Bulgarelli.  

Gui Santos, draftado para a temporada de 2024 pelo Golden State Warriors, tem a oportunidade de jogar em uma das franquias mais queridas pelo público no Brasil, com uma grande base de fãs. Porém, o jogador não foi o primeiro brasileiro a atuar na liga, e sim, o décimo nono. Antes dele, Anderson Varejão, Tiago Splitter e, Leandrinho Barbosa foram alguns dos principais jogadores do Brasil na NBA.  

“A gente torce para os brasileiros que vão para lá, permanecerem. O fato dele ter sido draftado em uma grande franquia não, mas sua permanência é o que influencia, porque as características dele ajudam demais o Warriors. Ele é um cara que pensa no jogo coletivo, não tem vergonha de fazer um bloqueio e não está preocupado em ser o cestinha, ele joga pelo amor ao esporte”. Bulgarelli não acredita que a posição de Gui Santos influencia a criação de novos brasileiros querendo jogar na liga, apenas por estar em uma equipe relevante: “Os garotos que jogam basquete hoje, jogam para jogar na NBA, independente se tem brasileiro lá. Já chegamos a ter nove brasileiros em uma só temporada e não transformamos esse país, no país do basquete”, completou.  

Porém, é inegável que ter o Brasil na NBA, faz com que os brasileiros tenham a sensação de estar mais próximos da liga. Mas, o jornalista revelou que fazer uma narração in loco foi o que fez ele se sentir mais conectado ao basquete americano. “Eu tenho quase 30 anos de profissão e já tinha ido para os Estados Unidos assistir, coordenar e produzir matérias para os All Stars de 98, 2001 e 2002. Mas, como comentarista, foi no ano passado, nas finais do Leste, aí sim, estando lá comentando na cabine do lado de uma televisão importante, descer na coletiva pré e pós jogo, sentir o calor da partida, isso sim me faz me sentir mais próximo da NBA.” 

TARDE DE AUTÓGRAFOS

O evento de sábado (27), contou com a presença de milhares de pessoas, a maioria da torcida do Golden State Warriors, mas também alguns fanáticos por outras franquias. Durante os encontros com o atleta, era possível ver crianças e adolescentes emocionados, ao lado da estrela brasileira.  

Fila para tarde de autógrafos com Gui Santos, na NBA Store do Shopping Morumbi Town – Foto: Isabela Fabiana/AGEMT
Fila para tarde de autógrafos com Gui Santos, na NBA Store do Shopping Morumbi Town – Foto: Isabela Fabiana/AGEMT 

Alguns desses fãs abriram o coração, e falaram um pouco sobre a relevância de ter um brasileiro NBA. Isabela Santos, torcedora dos Warriors, disse que é incrível ver Gui Santos fazendo cestas em jogos tão importantes, como contra o Lakers, e ainda ter o trio principal da equipe [Stephan Curry, Klay Thompson e Draymond Green] comemorando por ele.  

orcedores puderam ficar um pouco mais perto da jóia brasileira na liga americana basquete – Foto: Isabela Fabiana/AGEMT
Torcedores puderam ficar um pouco mais perto da jóia brasileira na liga americana basquete – Foto: Isabela Fabiana/AGEMT 

Camilla, de 25 anos, e torcedora do Minnesota Timberwolves comentou: “Eu acompanho o Gui, o Mãozinha [brasileiro no Memphis Grizzlies] e a Kamilla Cardoso [jogadora brasileira draftada na WNBA] e vejo como uma representatividade muito legal, especialmente porque temos um público brasileiro muito grande assistindo “.  

Sobre a valorização do esporte no país, foi a vez da torcedora de 19 anos do Boston Celtics, Graice Silva, dizer: “Eu pratico esportes e sei como é difícil aqui no Brasil. Ver um jogador tendo uma carreira fora do nosso país é maravilhoso, é saber que a pessoa deu duro e no final conseguiu chegar em um lugar onde o esporte é valorizado.”  Gustavo Almeida, torcedor do Miami Heat, afirmou que é muito bacana ter alguém representando o país, o que abre chances para os brasileiros um dia sonharem em ter um lugar na NBA.