O adeus à grande dama da literatura nacional, Lygia.

A escritora, membro da Academia Brasileira de Letras e ganhadora de diversos prêmios importantes da literatura, faleceu no último domingo (03/04) aos 98 anos, devido a causas naturais
por
Ana Kézia Andrade
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04/04/2022 - 12h

 

Uma vida transitando entre conto e romance, assim é marcada a trajetória de Lygia Fagundes Telles. Nascida em 19 de Abril de 1923, na cidade de São Paulo, criada pela região do interior do estado. Filha de um advogado e promotor de justiça e de uma pianista. 

 

Aprendeu a ler e a escrever cedo, e aos 15 anos estreou no mercado da literatura com a obra  Porão e Sobrado, uma coletânea de 12 contos. No entanto, a escritora considerava o início de sua carreira com o lançamento do romance Ciranda de Pedra, em 1954, mesmo tendo lançado dois livros de contos antes. Seu legado coleciona mais de 20 livros de contos e quatro romances. 

 

Dona de uma escrita ousada e sensível, com o dom da escrita incentivado pelos consagrados escritores Carlos Drummond de Andrade e Érico Veríssimo, a escritora reúne em sua extensa lista de premiações mais de 16 troféus, entre eles o Prêmio Camões, um dos mais importantes para a categoria. Seus livros receberam diversos prêmios, dentre eles, alguns de destaque internacional, como o Antes do Baile Verde que conquistou premiação no Concurso Internacional de Escritoras, na França. E diversos nacionais, como Prêmio Jabuti, APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) e “Golfinho de Ouro”, os mais importantes para a categoria.

 

Formada em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco, conciliou a carreira jurídica com a literatura e formou-se no mesmo ano em que ocupou um cargo na Academia Brasileira de Letras. Atuou como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo. Atuou na presidência da Cinemateca Brasileira e foi membro da Academia Paulista de Letras.

 

Suas obras foram traduzidas e publicadas em mais de 10 países, ganharam adaptação para o teatro, cinema e TV. Integrou a comissão de escritores que combateram veementemente a censura através do “Manifesto dos Mil” em 1976, na cidade de Brasília. 

 

Lygia faleceu na manhã do dia 3 de Abril, alguns dias antes de completar 99 anos. Uma morte por causas naturais, em casa. O corpo foi velado ainda na tarde de domingo 03/04, na Academia Paulista de Letras, na qual a escritora era membro desde os anos 80. O Corpo foi cremado em uma celebração restrita à familiares na tarde desta de segunda-feira, 04/04.  

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