Novo coronavírus amplia opções de fanáticos por esportes

Por conta da pandemia, fãs de esporte mudam a maneira de acompanhar seus times e atletas favoritos
por
Rodrigo Vaz Guimarães Mendonça
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11/06/2020 - 12h

Por conta da pandemia do novo coronavírus, muitos esportistas estão treinando em casa ou em centros esportivos, seguindo rigorosas regras de saúde e também não estão participando de eventos esportivos, que em outro momento seriam parte de suas rotinas.

Em um cenário como esse, o que os fãs que acompanham regularmente esses eventos estão fazendo para preencher o vazio que a impossibilidade de acompanhar os esportes ao vivo trouxe?

Maria Sofia Aguiar de 18 anos, da cidade de Jacareí em São Paulo, e torcedora do Corinthians conta que quando os jogos foram paralisados ficou ‘’em choque’’ e não sabia o que fazer. Segundo ela, grande parte de seu tempo era voltado a acompanhar o futebol, lendo revistas esportivas, notícias em aplicativos e assistindo todos os jogos na televisão.

 Para preencher esse tempo livre que agora ela tem, Aguiar diz que começou a olhar para outros esportes: “Estou tentando ver se consigo me acostumar a gostar de outros esportes, por exemplo, eu não acompanhava o basquete e depois que eu vi o documentário do Michael Jordan na Netflix sobre o Chicago Bulls, comecei a me interessar bastante”.

Ela também conta que além disso está ajudando alunos de escolas públicas com tutorias para estudar para o ENEM, aumentou a quantidade de exercícios físicos, está assistindo jogos antigos reprisados na televisão e acompanhando os poucos jogos de campeonatos que já voltaram, como a Bundesliga na Alemanha, além de escrever sobre esportes e política.

 A torcedora diz não ter ideia de quando a situação voltará ao normal, se isso ocorrer algum dia: “Ainda acho que vai demorar muito para a gente poder ir lá, todo mundo se abraçar, todo mundo gritar ainda mais as torcidas que são todo mundo junto amontoado”.

Aguiar acredita que a pandemia vai afetar muito a parte financeira dos clubes de futebol, em maior escala nos clubes com menos recursos, e que só quem é muito fanático vai continuar a acompanhar o futebol quando voltar em um primeiro momento.

Maria Sofia aluna Puc
 Maria Sofia Aguiar em uma partida do Corinthians- Arquivo pessoal

      

Carlos Eduardo da Cruz Pires de Moraes de 18 anos do bairro Jardim Marisa em São Paulo, também corintiano, conta que acompanhava todos os jogos do Corinthians e alguns de outros campeonatos, como o inglês e o espanhol, e também relata ler muitas notícias e curiosidades sobre o esporte.          

O tempo sem ver seu time ao vivo é preenchido lendo notícias sobre como o futebol pode voltar: “Eu tenho lido muitas notícias sobre como vai ser a volta dos campeonatos no Brasil, a volta dos campeonatos no exterior’’.  Moraes conta que também está revendo lances antigos de jogos do Corinthians e acompanhando o campeonato alemão, que voltou há algumas semanas.


Ele acredita que os clubes terão que encontrar outras alternativas de renda, por não poderem contar com as torcidas em seus jogos: “Pelo menos por uns dois anos vai ser futebol sem torcida, o que vai impactar muito na economia dos clubes, na renda dos clubes e o futebol vai ter que buscar outras alternativas, outras fontes, para renda”.

Carlos Eduardo Aluno Puc

Carlos Eduardo Da Cruz Pires de Moraes (primeiro plano), em uma partida do Corinthians- Acervo pessoal
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Raphael Dafferner Teixeira, de 18 anos, morador do bairro do Rio Pequeno em São Paulo e torcedor do Corinthians, diz que além de assistir os jogos do time do coração, sempre que pode assiste jogos de campeonatos da Europa como a Liga dos Campeões e o campeonato inglês. Teixeira conta que sente muita falta do futebol e que usa o tempo sem o esporte para ler notícias esportivas em portais online como a UOL e para a leitura de livros sobre outros assuntos além de assistir séries de televisão.

O torcedor acredita que quando o futebol voltar, o condicionamento físico dos jogadores vai estar muito afetado porém, logo voltará à forma esperada. Ele usa essas conclusões a partir do que viu no campeonato alemão que já voltou. Teixeira  também diz que provavelmente o mundo enfrentará uma grande crise econômica que fará com que os jogadores que forem trocar de time saiam por menos dinheiro e que trocas de jogadores sejam mais comuns: ‘’ O que vai ficar talvez seja na questão das transferências, como eu acho que vai entrar em uma crise econômica mundial, talvez as transferências fiquem mais baratas principalmente no Brasil, aconteça muita troca entre os clubes.’’

 

Raphael Daffener aluno puc
Raphael Dafferner Teixeira- acervo pessoal