Nova Zelândia estreia com vitória histórica

Equipe surpreende na partida contra a Noruega e vence pela primeira vez em uma Copa do Mundo
por
Ana Julia Bertolaccini
Luan Leão
|
20/07/2023 - 12h

Na quinta-feira (20) a Nova Zelândia protagonizou uma vitória histórica contra a Noruega na Copa do Mundo FIFA de futebol feminino 2023 no estádio Eden Park, em Auckland, na Nova Zelândia. Com gol da veterana Hannah Wilkinson no início do segundo tempo, as anfitriãs confirmaram a vitória por 1 a 0. Essa foi a primeira vez que a equipe venceu uma partida em Copas do Mundo, apesar de já ter participado de 5 torneios.

Jogar em casa serviu de incentivo às jogadoras. A partida registrou o maior público da história em uma partida de futebol no país com 42.137 pessoas. Antes do início do jogo, foi dedicado um minuto de silêncio às três vítimas fatais de um tiroteio em Auckland, que ocorreu horas antes da abertura do torneio.

O primeiro tempo começou disputado com a Nova Zelândia já pressionando a Noruega e buscando criar chances, mas com dificuldade em finalizar. A Noruega, campeã do torneio em 1995, reagiu mas não conseguiu o domínio do jogo. Hannah Wilkinson e Jacqui Hand foram os destaques no ataque neozelandês e ofuscaram a estrela norueguesa, a atacante Ada Hergberg, ganhadora da bola de ouro em 2018.

O primeiro tempo terminou o 0 a 0, com o país sede com maior volume ofensivo, proposta concretizada da técnica Jitka Klimková, que na preparação da Copa afirmava que a seleção iria jogar para ganhar.

Hannah Wilkinson comemorando o gol da vitória. Foto: Reprodução/GE
Hannah Wilkinson comemorando o gol da vitória. Foto: Reprodução/GE.

No segundo tempo, Hannah Wilkinson marcou o gol para cortar sua atuação no duelo. Aos dois minutos de jogo, Jacqui Hand cruzou para Wilkinson, que encontrou o gol quase livre e abriu o placar com categoria. Com o jogo tenso, aos 7 minutos tivemos um lance de um possível toque no braço de Harviken dentro da área, revisado pelo VAR que manda o jogo seguir, sem pênalti. Aos 17, uma bela defesa da goleira da Noruega, Milkalsen, que evitou o gol de Paige-Riley, com um chute de fora da área.

Acuada, a Noruega buscou pressionar mais e criar chances, mas acabou prejudicada aos 41 minutos da partida, quando Steinmetz tentou um cruzamento à meia altura e a bola bateu no braço de Mjelde. Yoshimi Yamashida consultou o VAR e marcou pênalti para a Nova Zelândia. Hannah Wilkinson havia deixado a partida aos 40, e a responsável pela cobrança de pênalti foi Ria Percival, que errou ao chutar a bola no travessão.

A partida teve nove minutos de acréscimos e a Noruega até tentou pressionar, mas não conseguiu boas finalizações. O jogo terminou com vitória para as Ferns (como são conhecidas as jogadoras da seleção Neozelandesa, por conta da planta símbolo do país).

As estatísticas mostram um equilíbrio na posse de bola entre as duas seleções (49% Nova Zelândia e 51% Noruega) e passes (354 x 354). No entanto, as melhores chances criadas foram da Nova Zelândia e a favorita Noruega teve dificuldades de implementar sua estratégia de jogo e utilizar a técnica mais apurada de suas atletas.

Essa foi a primeira das 64 partidas desta edição de Copa do Mundo FIFA de futebol feminino. Os próximos jogo da Nova Zelândia é pela segunda rodada da fase de grupos, no dia 25 de julho contra as Filipinas às 02h30 (horário de Brasília). A Noruega enfrenta a Suiça, também no dia 25 de julho, às 05h (horário de Brasília).

Equipe da Nova Zelândia comemorando o gol. Foto: Reprodução/Uol
Equipe da Nova Zelândia comemorando o gol. Foto: Reprodução/UOL.

A Nova Zelândia conseguiu executar a proposta de jogo mais ofensivo da técnica Jitka Klimková no jogo contra a Noruega, tida como a adversário mais forro do grupo. Jogar em casa e contar com o maior público da história em uma partida de futebol no país foi o gás necessário para as neozelandês as, que jogaram melhor durante toda a partida. Hannah Wilkinson se destacou do começo ao fim, e quando teve oportunidade de fazer o gol não desperdiçou.

O resultado foi surpreendente mas justo. Pelo lado da Noruega, apesar de ligeira vantagem na posse de bola, o time encontrou dificuldades em traduzir a posse em chances de gols. As norueguesas até trocaram a mesma quantidade de passes das rivais, mas com menos precisão (64% de precisão para a Nova Zelândia contra 59% da Noruega). A técnica Hege Riise precisará trabalhar o mental do time para garantir os três pontos já no próximo duelo pelo grupo.