Quinta-feira, 29 de setembro de 2022, veja os destaques do Resumo AGEMT Especial Eleições:
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Datafolha divulga mais uma pesquisa; Lula tem 50% dos votos válidos contra 36% de Bolsonaro
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Eleições 2022: Campanha entra na fase final; a quatro dias do 1º turno, entenda como analisar as pesquisas eleitorais
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TV Globo realiza último debate presidencial nesta quinta-feira (29), o que esperar ?
50% X 36%
O Datafolha divulgou nesta quinta-feira (29) mais uma pesquisa eleitoral, contratada pela TV Globo e pelo jornal Folha de São Paulo. O levantamento entrevistou 6.800 pessoas, em 332 municípios de todas as regiões, durante os dias 27 e 29 de setembro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-09479/2022 e tem a margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa mostrou o ex-presidente Lula (PT) com 50% dos votos válidos, mantendo os números da pesquisa anterior, contra 36% do presidente Jair Bolsonaro (PL), que oscilou um ponto para cima. Para considerar os votos válidos, a amostra exclui os votos brancos, nulos e os indecisos. Vale destacar que para vencer em 1º turno, um candidato precisa obter 50% dos votos válidos mais um voto.
O levantamento mostrou, também, o candidato Ciro Gomes (PDT) com 6% e Simone Tebet (MDB) com 5%. Soraya Thronicke (União Brasil), oscilou um ponto para baixo, e apareceu com 1%.
Nos votos totais, a quatro dias do 1º turno, o cenário é este:
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Lula (PT) - 48%
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Jair Bolsonaro (PL) - 34%
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Ciro Gomes (PDT) - 6%
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Simone Tebet (MDB) - 5%
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Soraya Thronicke (União Brasil) - 1%
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Felipe D’Ávila (NOVO) - 0%
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Sofia Manzano (PCB) - 0%
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Vera Lúcia (PSTU) - 0%
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Léo Péricles (Unidade Popular) - 0%
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Eymael (Democracia Cristã) - 0%
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Padre Kelmon (PTB) - 0%
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Brancos/Nulos/nenhum - 0%
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Não sabe - 2%
Em um possível 2º turno, Lula segue à frente, com 54% contra 39% de Jair Bolsonaro. A pesquisa também perguntou aos eleitores sobre a rejeição dos candidatos, veja os números:
Jair Bolsonaro (PL) é rejeitado por 52% dos entrevistados, Lula (PT) é rejeitado por 39%, Ciro Gomes (PDT) por 24% e Simone Tebet (MDB) por 15%.
Pesquisa eleitoral
Uma disputa eleitoral é baseada no voto, é o eleitor quem define o vencedor de uma eleição. Mas até o dia da votação, as campanhas interessadas no pleito planejam suas ações de acordo com uma ferramenta muito importante: pesquisa eleitoral. Mas, afinal, o que são as pesquisas ?
Primeiro precisamos entender que pesquisa é tendência, ou seja, não necessariamente prevê o resultado, mas como o eleitorado está vendo a campanha e a intenção de como ele pretende votar. Os levantamentos realizados pelos institutos servem para mostrar como o candidato (a) está sendo avaliado até aquele momento da campanha.
A pesquisa é como uma foto, registra o momento e, justamente por isso, pode sofrer alterações com o passar dos dias de campanha. Portanto, pesquisa é eleitoral não serve para prever o resultado de uma eleição. Afinal, como uma foto, no momento seguinte o cenário pode ser completamente diferente.
Como funciona ?
Todas as pesquisas sérias precisam ser registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No TSE também ficam os dados de cada pesquisa, como quem contratou o levantamento, quantas pessoas foram entrevistadas, quais as formas de entrevista, em quais cidades/estados, durante quais dias foi realizada e demais informações do gênero.
Para um levantamento ser considerado é preciso que ele reproduza a composição e a distribuição do eleitorado. As pesquisas são amostras do eleitorado, e levam em consideração os números do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a sociedade. Por exemplo: de acordo com o censo oficial, a população brasileira é composta por 53% de mulheres e 47% de homens, o levantamento deve obedecer essa distribuição, ou seja, entrevista mulheres e homens obedecendo essa proporção 53% a 47%.
Seguindo essa mesma lógica, as pesquisas entrevistam mais eleitores no sudeste do que em outras regiões, porque é nesta região que está concentrada a maior parte do eleitorado. Esses números do censo são usados para definir proporção de jovens, adultos, idosos, brancos, negros e etc.
Confiança e erro
Podemos confiar ? A resposta é sim, sempre destacando que as pesquisas divulgam as margens de erro. Por apontar tendência, como já explicamos, a pesquisa é como um exame de sangue que fazemos. Uma pequena amostra serve para um primeiro diagnóstico. O resultado final é no dia da eleição, com a apuração dos votos.
As pesquisas podem errar, já que diversos fatores podem mudar a intenção de voto do eleitorado. Um escândalo envolvendo um candidato ou partido, uma onda de notícias falsas direcionadas a uma campanha, uma fala de um candidato durante algum evento eleitoral, ou até mesmo uma catástrofe natural, tudo isso pode afetar e mudar o voto.
Para sintetizar: Pesquisa indica tendência de uma campanha, mas não prevê resultado. E pode errar, já que eventos inesperados podem fazer o eleitor migrar seu voto no dia da eleição.
Último debate
A TV Globo realiza nesta quinta-feira (29) o último debate entre os candidatos à presidência neste 1º turno. O debate acontece a quatro dias da votação e vai reunir todos os candidatos com representação no Congresso Nacional. Confirmaram presença no debate Ciro Gomes (PDT), Felipe D’Ávila (NOVO), Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB).
Mas, o que esperar do último enfrentamento entre os candidatos ? Em tópicos, a nossa equipe destaca para você os pontos que devemos observar:
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Lula aparece liderando as pesquisas e deve ser o alvo dos demais candidatos, principalmente quando o assunto for corrupção. É preciso analisar como ele vai reagir e responder a essas perguntas
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Jair Bolsonaro chega ao debate com uma missão clara que é rivalizar com Lula e impedir que o ex-presidente liquide a fatura da eleição já neste primeiro turno, como as pesquisas indicam. Resta saber qual será o tom utilizado pelo presidente, na tradicional live presidencial nesta quinta-feira (29), Bolsonaro pareceu bastante irritado
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Ciro Gomes e Simone Tebet, 3º e 4º colocados nas pesquisas, chegam ao debate para conter a campanha de voto útil utilizada pelo PT nos últimos dias. Ciro tem atacado Lula de forma contundente, e tenta evitar a migração de seu eleitorado para o petista. Já Tebet se saiu bem nos debates, mas o desempenho não refletiu nas intenções de voto
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Felipe D’Ávila e Soraya Thronicke aparecem no final do pelotão e chegam para uma última cartada. Em especial, a candidata do União Brasil costuma agitar as redes sociais com muitos memes ao longo do debate. Também tem momentos de dobradinha com Simone Tebet, principalmente para rebater Jair Bolsonaro
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Por fim, Kelmon deve seguir o que fez no último debate, e ser linha auxiliar para o presidente Bolsonaro. Será interessante observar se Bolsonaro e Kelmon vão reeditar a dobradinha que fizeram no último debate, no SBT, quando o presidente perguntou a Kelmon nas duas oportunidades em que escolhia a quem perguntaria