“Nosso Sonho", cinebiografia nacional de Eduardo Albergaria, conta a trajetória da dupla que revolucionou o gênero funk melody. Sob o ponto de vista de Claucirlei Jovêncio de Souza, o filme mostra a história dessa grande amizade: os problemas familiares, a vida na periferia carioca dos anos 90, o sucesso e ascensão dos artistas e principalmente o porquê de não existir “Buchecha sem Claudinho.”
O longa expõe a vida, marcada por muita luta e superação, dos cantores para o além da fama, algo que poucos conhecem. Em entrevista à Folha de São Paulo, o diretor conta a importância de retratar esse passado. “O filme circunscreve a periferia num lugar diferente da violência. Ela aparece como um lugar onde os personagens têm conflitos subjetivos. É um lugar que a periferia merece. Estamos acostumados a ver a periferia e, não por acaso, o funk presos no estigma da violência,” comentou.
Narrado por Juan Paiva, ator que interpreta o Buchecha adulto, o filme transmite o sentimento de estar escutando o desabafo de um amigo sobre o passado. Dessa forma, o telespectador mergulha desde da infância até a criação dos seus principais hits, sendo eles “Fico assim sem você”, “Só love” e “Coisa de cinema”.
Um dos maiores destaques do filme, além do roteiro cativante, são as atuações de Juan Paiva e Lucas Penteado, que interpreta Claudinho. Os atores apresentam uma sagacidade ao passar para as telonas características marcantes dos homenageados, como a timidez de Buchecha e a animação, somada a língua presa de Claudinho.
Em resumo, “Nosso Sonho” é uma obra cativante e emocionante, que de forma divertida, mergulha numa história de amizade e celebra a arte que veio da periferia: o funk. O filme foi indicado para representar o Brasil no Oscar 2024 e apresenta nota 7,5 na base de dados sobre produção audiovisual IMDb.