No dia 7 de setembro, aniversário de 199 anos da independência do Brasil, manifestações incitadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a fim de mostrar que ainda consegue mobilizar as ruas, tomam o país. Caravanas de várias regiões tem seu destino em Brasília e São Paulo, palco das manifestações com maior relevância.
Pela manhã, Bolsonaro participou da cerimônia de hasteamento da bandeira, no Distrito Federal, acompanhado do ex-presidente Fernando Collor de Mello e alguns ministros, entre eles Onyx Lorenzoni (ministro do Trabalho), Paulo Guedes (ministro da Economia) e Braga Netto (ministro da Defesa). Em seguida, ele fez um discurso para os apoiadores na Esplanada dos Ministérios e depois segue para São Paulo, onde é esperado às 15:30.
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, no entanto, não compareceu à cerimônia com Bolsonaro. Arthur Lira, presidente da Câmara e Luiz Fux, presidente do STF, também não compareceram.
Em sua conta no Twitter, Pacheco, que mantém um discurso ambíguo em relação ao presidente da república” escreveu, “Ao tempo em que se celebra o Dia da Independência, expressão forte da liberdade na cional, não deixemos de compreender nossa mais evidente dependência de algo que deve unir o Brasil: a absoluta defesa do Estado Democrático de Direito”.
Já discursando na Esplanada, o Presidente da República alfinetou o STF e Fux: “Nós não mais aceitaremos que qualquer autoridade, usando a força do poder, passe por cima da nossa Consituição. Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer certeza que venha de fora das quatro linhas da Constituição. Também não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes, continue barbarizando a nossa nação. Não podemos mais aceitar prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse poder enquadra o seu [ministro], ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos. Porque nós valorizamos, reconhecemos o valor de cada poder da republica. Aqui na praça dos três poderes, juramos respeitar a Constituição. Quem age for a dela, se enquadra ou pede pra sair.”
Em outro momento, Bolsonaro diz: “Indo para o encerramento, peço que me ouçam hoje por volta das das dezesseis horas lá na Paulista. Como chefe do executivo, seria mais fácil ficar em casa, mas como sempre disse ao longo de toda a minha vida de político, sempre estarei onde o povo estiver”, sendo intensamente ovacionado, e continua, “vou à São Paulo e retorno. Amanhã estarei com o Conselho da República, juntamente com os ministros. Para nós, juntamente com o presidente da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal. Com essa fotografia de vocês, mostrar pra onde nós todos devemos ir.”
Segundo apuração de Vinícius Sassine, repórter da Folha de São Paulo, Bolsonaristas agrediram jovens que consideraram “infiltrados” e foram chamados de “petistas”.
Manifestantes bolsonaristas reunidos em Brasília pedem golpe, fazendo ataques ao Congresso e Supremo Tribunal Federal. No local, comerciantes também aproveitam para vender camisetas, bonés, bandeiras e copos com fotos de Bolsonaro.
O ato no Distrito Federal começou a se esvaziar gradualmente por volta de 12h20.