O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, reabriu as portas ao público no início de julho após ficar sete anos fechado por causa de um grande incêndio. A conclusão da reforma está prevista para 2027, mas os interessados já podem agendar a visita ao local e adquirir os ingressos gratuitamente.
O Museu é uma instituição autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O edifício foi fundado em 1818 e está instalado no antigo Palácio de São Cristóvão, que já foi residência da família real portuguesa e sede do Império do Brasil. Além disso, ele abrigava um acervo de mais de 20 milhões de itens antes do incêndio em 2018.
Desde 2021, a instituição vem ampliando sua coleção por meio do projeto “Recompõe”, que busca recuperar parte do acervo danificado. A iniciativa já reuniu mais de 14 mil peças e contou com o apoio de doações de outras instituições e de famílias que possuem itens de interesse público.
Pela primeira vez após o incêndio, o público pode acessar três ambientes internos que ainda estão em reconstrução, além de conhecer a exposição “Entre Gigantes: uma experiência no Museu Nacional”.
Entre os dias 2 de julho e 31 de agosto, os visitantes vão acompanhar os avanços no restauro do palácio; reencontrar o meteorito Bendegó; e conhecer o esqueleto de um cachalote, com 15,7 metros de comprimento.
De seu acervo também destaca-se a coleção egípcia, considerada a maior da América Latina, além da coleção de arte e artefatos greco-romanos. As coleções de Paleontologia incluem o Maxakalissaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais. O mais antigo fóssil humano já encontrado nas Américas, conhecido como “Luzia”, por sua vez, pode ser encontrado na coleção de Antropologia Biológica.
Nas coleções de Etnologia, há objetos da cultura indígena, afro-brasileira e do pacífico. Na área de Zoologia, destaca-se a coleção conchas, corais e borboletas, com mostras dos Departamentos de Invertebrados e Entomologia.
As visitas acontecem de terça a domingo, a partir das 10h, sendo a última entrada às 15h. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla e menores de 14 anos devem estar acompanhados por uma pessoa adulta responsável.
Relembre o incêndio
Em 2 setembro de 2018, o Museu Nacional foi atingido por um incêndio de grandes proporções, que afetou principalmente o setor do Paço de São Cristóvão. As chamas provocaram o maior desastre da história da instituição.
Documentos, livros e coleções desapareceram; salas de aula, arquivos e laboratórios foram reduzidos a cinzas. “Luzia”, considerado o fóssil humano mais antigo das Américas, foi encontrado entre os escombros e, após intensos esforços dos pesquisadores, cerca de 80% de seus fragmentos foram preservados.
A exposição composta por materiais frágeis e de baixa resistência, como plumárias, tecidos e madeira, foi totalmente destruída, com a maior parte não resistindo ao calor intenso. Itens tecnológicos, como computadores, mobiliário e documentos, também foram perdidos.
Segundo o Museu Nacional, o Colégio Pedro II, localizado no bairro da Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro, colaborou oferecendo espaço físico e apoio financeiro para que o museu pudesse, gradualmente, ser reconstruído.
De acordo com a Polícia Federal, o incêndio foi causado pelo superaquecimento de um dos aparelhos de ar-condicionado instalados no auditório térreo do museu. O laudo da PF também apontou falhas na rede elétrica, como a ausência de disjuntores individuais para cada equipamento e deficiências no sistema de aterramento. Além disso, a instituição não possuía um plano de prevenção e combate a incêndios, o que contribuiu para a rápida propagação das chamas.