A mudança nos hábitos de consumo de conteúdo esportivo é evidente. Os streamings tomaram o lugar da TV aberta na transmissão de jogos de futebol, forçando os torcedores a se adaptarem a novas plataformas e a desembolsar mais dinheiro. Para os fãs que acompanham seus times em múltiplos campeonatos, como a Copa do Brasil, Campeonato Paulista e Copa Libertadores, ou até mesmo a Liga dos Campeões da UEFA, o custo mensal pode ser significativo. Com plataformas pagas como Premiere, Disney+ e Prime Video, o gasto mínimo mensal chega a R$ 107,79. Além disso, o aumento nos preços dos ingressos também contribui para que muitos torcedores busquem alternativas. A pirataria surge como uma opção acessível para aqueles que desejam manter a proximidade com seu time, especialmente para aqueles que não residem na cidade do estádio de seu clube.
Essa realidade é vivida por muitos torcedores, como o estudante Henrique de Lira, residente em Guarulhos e torcedor fanático. "Eu não vou ao estádio para assistir aos jogos, principalmente por conta do valor dos ingressos que estão bem caros, inclusive no meu time, e não é acessível pra mim e pra minha família", afirma.
Henrique também admitiu recorrer a transmissões ilegais devido aos custos elevados. Segundo ele, quando se trata do preço da TV fechada e de ir aos jogos, fica bem caro, o que o leva a optar pela pirataria para assistir ao seu time do coração. "Sim, eu já usei e uso algumas vezes transmissões ilegais... Então acabo indo pro lado da pirataria para assistir meu time do coração, portanto, usei sim, muitas vezes", revelou.

Entretanto, o Mestre em Direito pelo IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa) Welington Arruda, diz que o Brasil perde mais de R$15 bilhões por ano com a pirataria audiovisual, além de a pirataria de conteúdos esportivos virar uma fonte de renda para o crime organizado, "Verificou-se que facções criminosas e organizações internacionais utilizam esses serviços ilegais para lavagem de dinheiro obtido com o crime, financiamento de tecnologia que dificulta o rastreamento, aliciamento de jovens para atuarem como revendedores e utilizar dados de consumidores para aplicação de golpes digitais", informa.O especialista destaca que a repressão à pirataria vem sendo intensificada com operações da Polícia Federal. "Lutar contra a pirataria no futebol é proteger o esporte, a economia e a segurança pública.", conclui.