As eleições na Índia começaram, no último dia (19), e, sendo o país mais populoso do mundo, é também o que possui maior eleitorado. Nessas eleições, 469 milhões de pessoas irão às urnas, a maior quantidade de votantes da história da nação.
O processo dura 44 dias, vai até dia primeiro de junho e é dividido em sete fases. Cada região da Índia participa de uma delas.
Mas, como funciona a disputa eleitoral?
No sistema político indiano, o primeiro-ministro é eleito indiretamente, escolhido pelo partido que mais conquistar cadeiras no Lok Sabha, como é chamado o Congresso Nacional.
São 543 cadeiras em disputa e, para conseguir a maioria, um partido precisa de pelo menos 272 assentos. Assim como no Brasil, a votação acontece por meio de urnas eletrônicas. Porém, na Índia, essas urnas são “mais portáteis”, devido ao fato de serem transportadas por todo território, dentro do período designado a cada região.
Além disso, o Comitê Eleitoral Indiano (CEI) determina que deve existir uma cabine de votação a até 2km de cada eleitor registrado.
Partidos e Canditados
Segundo pesquisa da revista India Today, o favorito para ganhar a disputa é o atual primeiro-ministro Narendra Modi, do partido Bharatiya Janata (BJP).
A oposição é formada pelo segundo maior partido, o Congresso Nacional Indiano (INC) e outros partidos menores contrários a Modi, que formam a coligação Aliança Inclusiva para o Desenvolvimento Nacional Indiano (INDIA). O principal representante da Aliança é Rahul Gandhi.
Gandhi vem de uma família tradicional na política indiana e é filho do ex-Primeiro Ministro, Rajiv Gandhi.
Segundo o internacionalista e mestrando da PROLAM-USP Carlos Magno, a popularidade de Modi vem de um nacionalismo hindu, religião da maioria dos indianos, também motivado por uma desavença histórica entre hinduístas e muçulmanos.
“Do segundo mandato, iniciado em 2019, para os dias atuais, o governo tem se radicalizado cada vez mais nesta política nacionalista e tem encontrado adesão por grande parte da população” conta Magno.
O internacionalista acrescenta que o favoritismo do premiê é reforçado pela perca de força da coligação INDIA, formado por mais de 20 partidos. A coalizão que prometia uma frente ampla forte, não aparece bem colocada nas pesquisas de opinião.
“Conforme as eleições avançam, o que vemos é uma estagnação da campanha eleitoral que vem sendo construída, longe de ter grande adesão por parte da população”.
Magno afirma que a base de apoio do BJP está muito bem consolidada no país. “Dificilmente vamos ver uma mudança de rumo na política indiana no curto prazo”, finaliza.