A inclusão de personagens LGBTQIA+ nos desenhos animados é cada vez mais presente nas telas. Animações como She-Ra e as Princesas do Poder e Steven Universe fazem questão de abordar a situação de escolha de gênero com naturalidade e respeito, possibilitando que jovens se identifiquem com situações não heteronormativas. No primeiro exemplo, a Netflix, produtora do desenho, fez questão de modernizar na animação, roteiro, e, principalmente, na inclusão de personagens LGBTQIA+, incluindo a She-Ra, protagonizando um romance com a vilã do desenho.
Além disso, a animação da Netflix é um reboot do desenho dos anos 80, em que She-Ra é a irmã gêmea de He-Man, e foi feita para ampliar o universo dos brinquedos da Mattel para as meninas.
Por ser de fácil acesso e ter um visual atrativo, comparado aos desenhos da atualidade, o seriado teve altos índices de audiência, além de boas notas em sites de reviews, como a de Camila Sousa, do site Omelete, em que avaliou She-Ra e as Princesas do Poder como uma “uma encantadora história de amadurecimento, cheia de lições importantes e que combina muito bem com as novas gerações.” Com isso, jovens conseguiram se identificar com a representatividade racial, além da questão de gênero, caso de Mell Mengui (18), estudante de Relações Internacionais na FURG.
Mengui comenta a importância do seriado para a escolha de gênero: “She-Ra para mim foi o primeiro desenho que eu assisti que eu realmente me vi representada em questão de sexualidade nos personagens, o desenho trata com a naturalidade que o assunto deve ser tratado, e não como um tabu”. Além disso, a universitária reafirma a necessidade do tratamento do assunto, “São personagens assim que colaboram para a criação de outros e assim vai ganhando mais espaço nas telas e ajuda que as próximas gerações não sejam tomadas por um preconceito que muitas pessoas se sintam representadas ao ponto de verem que sua sexualidade ou gênero não é algo errado”
Porém, a abordagem nem sempre foi a mais adequada para a situação. Alguns desenhos estereotipavam os personagens de maneira que, sua única característica fosse sua sexualidade e nada mais, além de usar roupas completamente diferentes e ter uma voz na maioria das vezes engraçada e chamativa de maneira negativa, além de não terem relevância o suficiente e serem tratados como o alívio cômico da animação, esse tipo de "representatividade" na verdade apenas desfavorecia e prejudicava aquilo que deveria ser a verdadeira mensagem, felizmente, é algo que não acontece mais hoje em dia ou pelo menos acontece com baixa frequência.
É curioso perceber a reação de algumas pessoas e usuários na internet em relação a representatividade LGBTQIA+ em desenhos e filmes animados. Apesar de ser algo que ajuda e influência as crianças e adolescentes de maneira positiva, muitas pessoas repudiam as cenas e personagens que fazem parte da comunidade. Além do mais, qualquer demonstração de inclusão por parte de Hollywood é repudiada por aqueles que preferem o mais próximo à definição estereotipada do que é certo e moral. Como o filho de Clark Kent, o Superman, ser bissexual, um alarme na comunidade que se diz fã da empresa. Contudo, o cenário vem permitindo cada vez menos esses discursos, e abraçando a presença de todos, com cada vez menos intolerância e mais respeito.