Kremlin incrimina autor de “metro 2033”

Putin oprime e censura literatura em seu país
por
Artur Maciel Rodrigues
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21/08/2023 - 12h

(Criador da série de livros e jogos Metro, foto: divulgação)

O escritor e jornalista Dmitry Glukhovsky (Metro 2033,Dusk, Futur.re), foi condenado em 7 de agosto a revelia – quando o réu não possui o direito de defesa –  pela juíza Natalia Dudar, por "Espalhar notícias falsas e promover ódio político baseado em criação artificial de provas", após um post em suas redes sociais no qual denunciava crimes das forças militares moscovitas na Ucrânia. Apesar da decisão do governo, o literário, que hoje mora fora da Rússia, está livre.

O  autor já foi investigado anteriormente pelo Kremlin (governo da federação russa) por suas críticas ao governo Putin e à guerra da Ucrânia. Diante disso, em 2022, Dmitry entrou na lista de procurados do país, ganhando o título de “agente estrangeiro”. Sobre o decreto, o jornal independente russo Media zone afirma que "As provas contra Glukhovsky foram fornecidas por Yulia Lozanova, funcionária da News font, bem como a editora do Mouthpiece of Moscow e do ANO (Analytical Center for Security Problems), Ivan Klimov". Ambos os veículos citados são de propaganda, sendo patrocinados pelas forças militares da Federação russa para desinformar a população sobre ofensivas militares.

No Telegram, o escritor postou: “Putin consegue o que quer: um país que ele pode governar enquanto estiver de pé. Sim, será pobre e atrasado, mas seus cidadãos serão silenciosos e obedientes, porque este reino encantado será confiavelmente isolado no mundo inteiro.” 

Os livros de Dmitry foram retirados das bibliotecas russas junto de nomes como Mikhail Zygar (Todos os homens do Kremlin) e George Orwell (1984). A partir de 2014, devido à invasão da Crimeia e posteriormente em 2022, junto ao início da guerra da Ucrânia. A mídia do país é censurada e seu povo preso por qualquer produção artística contrária ao governo, como por exemplo Marsha Moskaleava, que foi separada de seu pai por um desenho e um poema

O tradutor Irineu Franco Perpétuo afirmou em entrevista para o estado de Minas: “A Rússia, ao longo dos séculos, não foi exatamente um modelo de liberdade. Toda a literatura russa que lemos, foi criada à sombra da censura" . A supressão de livros reforçam a violência intelectual causada pela ditadura de Putin. Como dito pelo poeta russo Osip Mandelstam, “Em nenhum lugar do mundo se dá tanta importância à poesia: é somente em nosso país que se mata por causa de um verso”.

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