Em 2019 o complexo esportivo do Pacaembu, que pertence a prefeitura de São Paulo, foi concedido para a iniciativa privada através de uma concessão de 35 anos para a concessionária Allegra, no valor de R $752.409.974,07 a serem pagos durante esse período. A primeira parcela no valor de R $79,2 milhões, já foi paga pela concessionária.
A concessão do complexo esportivo do Pacaembu, inclui os seguintes itens:
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estádio de futebol;
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piscina olímpica aquecida, com arquibancada para 2,5 mil pessoas;
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ginásio poliesportivo coberto com capacidade 2.500 espectadores;
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ginásio de tênis com piso de saibro e capacidade para 800 pessoas;
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quadra externa de tênis com arquibancada para 1,5 mil pessoas;
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quadra poliesportiva externa com iluminação;
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três pistas de cooper, com 500, 600 e 860 metros;
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duas salas de ginástica;
A Praça Charles Miller e o Museu do Futebol não fazem parte da concessão e permanecem sob comando da administração pública.
O embate entre a prefeitura de São Paulo e a associação de moradores do bairro, Viva Pacaembu, acontece desde o início da gestão Dória na prefeitura de São Paulo em 2016, quando o então Prefeito colocou o projeto de concessão do complexo esportivo do Pacaembu como prioridade na agenda da secretaria de desestatização do município. O motivo alegado pela secretaria de desestatização para a concessão do complexo esportivo é a queda de rendimentos devido à significativa diminuição de eventos esportivos no complexo, principalmente os jogos de futebol. Com as arenas de Palmeiras e Corinthians em plena atividade, o estádio deixou de ter uma média anual de 75 jogos para uma média de 30 jogos por mês em 2017. Isso porque Palmeiras e Corinthians, principalmente, eram os clubes que mais utilizavam o estádio para as suas partidas.
A associação Viva Pacaembu é muito engajada e ativa em toda e qualquer decisão tomada em relação ao bairro e durante todo esse período vem contestando diversas ações no projeto de concessão.
Uma das questões apontadas pela associação dos moradores é a utilização do complexo esportivo do Pacaembu pela população. A Viva Pacaembu cobra para que o uso do complexo continue gratuito e com acesso livre a todos. Em contato com o Secretário Executivo de Projetos Estratégicos, Alexis Galias de Souza Vargas, ele assegura que a utilização do complexo esportivo para toda a população paulistana, está prevista no contrato da concessão e deverá ser cumprida rigorosamente.
Outra questão apontada pela a associação é a demolição do Tobogã para a construção de um prédio que contará com lojas, restaurantes e até um hotel. No lugar onde fica hoje o tobogã, entre 1940 e 1970, ficava a concha acústica, utilizada para eventos musicais. Somente no final da década de 1960, com o aumento significativo do público nos jogos de futebol, é que o tobogã foi construído, aumentando a capacidade do estádio em 10 mil lugares. O estádio então passaria a ter a capacidade de público de 37 mil pessoas. A associação dos moradores na época, também foi contra a demolição da concha acústica e a construção do tobogã.
Em janeiro deste ano o juiz Alberto Alonso Muñoz da 13 Vara de Fazenda Pública, concedeu uma liminar que proibia a demolição do tobogã. Porém tanto a demolição do tobogã quanto o pedido de anulação da concessão do complexo esportivo do Pacaembu, foram negados Pela juíza Maria Gabriella Pavlópoulos, também da 13 Vara, alegando que o tobogã não faz parte do patrimônio tombado do estádio e que na época da construção do tobogã em 1970, também tiveram críticas em relação a descaracterização da arquitetura do estádio com a construção do tobogã.
Confira a entrevista feita com o Secretário Executivo de Projetos Estratégicos, Alexis Galias de Souza Vargas, contando um pouco mais sobre o projeto de concessão do complexo do Pacaembu no link abaixo: