Jornalismo que dá voz às minorias

Jornalista independente discorre sobre os desafios da cobertura da extrema direita
por
Maria Mielli
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10/04/2025 - 12h

A extrema direita, nos últimos anos, vem se consolidando mais e mais, de maneira que seus apoiadores estão se tornando cada vez mais presentes no mundo todo. Segundo o site de notícias da rede Globo, G1, houve um aumento de 20% de votos a favor da extrema direita na Alemanha, em comparação com o ano de 2021. Este aumento, é o responsável por causar preocupação naqueles que não concordam com os ideais conservadores ultra protegidos pela mídia burguesa. Deste modo, o trabalho de jornalistas independentes, como o da Andrea Dip, se tornam de extrema importância no combate contra a proliferação de ideais totalitários. Sabendo disso, a PUC-SP, se propôs a promover uma aula magna, nesta última quinta-feira (27), com a própria Andrea, a fim de elaborar e transparecer os desafios, e os meios de realizar a cobertura dessa ascensão.  

Andrea Dip trabalha na Agência Pública cobrindo temas relacionados aos direitos humanos e em oposição a extrema-direita. Seu trabalho ganha destaque, pois ela se coloca pessoalmente em reuniões conservadoras ao redor do mundo e consequentemente, se torna uma fonte rica de informações sobre como agem e o que idealizam esses direitistas.

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Andrea Dip e Professor Aldo Quiroga durante palestra. Foto: Reprodução / Maria Clara Palmeira

Atualmente, mora na Alemanha e mantém seu trabalho a fim de expor para o mundo todo os perigos desta evolução. Ao ser questionada sobre quais as maiores dificuldades que encontra como mulher queer, ativista e jornalista neste meio, a própria respondeu que se enxerga como a encarnação de tudo aquilo que eles odeiam e querem destruir, justificando o uso de disfarces e da sua maneira discreta de se portar nessas reuniões. Ainda enquanto respondia a este questionamento, Dip afirmou que a extrema direita tem uma certa desconfiança com a imprensa, de modo que seus trabalhos se tornam meios de driblar esta descrença e conseguir maior proximidade com os valores e planos dos apoiadores. 

Já no final da aula, Dip pontuou: “Não acredito na imparcialidade do jornalismo”, e afirmou que o mais honesto a se fazer com o público é buscar fontes e investigar a fundo, sempre buscando a objetividade e veracidade das informações levantadas. Disse também, que não tem como se manter imparcial quando a extrema-direita fere, constantemente, os direitos humanos. 

Andrea finalizou sua aula motivando os futuros jornalistas a não desistirem de se impor e de lutarem pelo que acreditam, “o ódio é deles, a gente está só numa defesa absurda.” Afinal, o direito à informação é de todos.