Neste sábado (23), Zâmbia e Japão se enfrentaram em partida válida pela primeira rodada do grupo C da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023. Os torcedores presentes no FMG Stadium Waikato, em Hamilton, na Nova Zelândia, presenciaram a maior goleada da Copa do Mundo até o momento. A seleção do Japão venceu por 5 a 0 e assumiu a dianteira do grupo.
Antes da partida começar, o favoritismo era japonês, tendo em vista que a seleção, além de sua grandeza histórica, conta com um elenco bastante superior ao de Zâmbia, e isso foi confirmado em campo com um placar elástico, com direito a dois gols e um pênalti anulado, fora o show das asiáticas.
A expectativa era de uma seleção zambiana mais ofensiva, tendo em vista que Bruce Mwape sempre pregou uma filosofia ofensiva, com o time indo para o ataque, não importando as adversárias. Entretanto, devido as recentes acusações de abuso sexual do treinador com as jogadoras, e aos cortes por lesão de duas titulares (a goleira Hazel Nali e a meia Grace Chanda), a equipe não cumpriu o esperado.
O Japão teve o controle absoluto da posse de bola no primeiro tempo, com Zâmbia apostando nas jogadas de contra-ataque, chegando a ter 66% contra apenas 34% das africanas, o que permitiu as japonesas abrissem o placar com Miyazawa, em uma bela jogada da equipe. As japonesas tiveram outras oportunidades criadas, que foram paradas com grandes defesas da goleira Catherine Musonda e com impedimentos de Mina Tanaka.
Na segunda etapa, Zâmbia tentou sair mais ao ataque, abandonando o 4-4-2 inicial e adotando um 4-1-4-1 sem a bola e um 3-4-1-2 com a posse. A mudança de estratégia facilitou a saída vertical japonesa, que rapidamente recuperavam a bola, e lançavam as atacantes. A linha alta zambiana era frágil, e em diversos momentos as alas não acompanhavam o avanço defensivo, e deixavam as adversárias habilitadas para jogar.
O efeito foi imediato, aos 5 minutos do segundo tempo a Mina Tanaka fez um gol, mas novamente foi anulado por posição irregular. Em seguida, seria assinalado um pênalti, mas foi desmarcado devido ao impedimento de Aoba Fujino. A porteira zambiana oficialmente abriu aos 10 minutos da segunda etapa, com um gol da Tanaka, e sete minutos depois Miyazawa, com assistência da Tanaka, fez seu segundo gol. Jun Endo anotou o 4 a 0.
Com o placar desfavorável, Zâmbia mexeu no time, em busca de um gol de honra. Era perceptível que as japonesas estavam tirando o pé do acelerador depois do 4 a 0, o treinador Futoshi Ikeda realizou substituições mais defensivas, apenas para administrar o resultado. As mexidas deram a Zâmbia um pouco mais de posse, e o time zambiano ensaiou algumas jogadas, mas sem perigo.
As Nadeshiko continuaram com seu 3-4-2-1 com lançamento de bolas longas nas laterais, aproveitando a fraqueza defensiva das alas zambianas, e mesmo jogando mais recuado, conseguiram um pênalti no último minuto de jogo. Inicialmente a goleira Eunice Sakala, que entrou devido a expulsão da Catherine Musonda no lance, defendeu a cobrança. No entanto, a goleira reserva zambiana se adiantou, e a penalidade novamente precisou ser cobrada. Desta vez com Ueki acertando a cobrança e fechando o placar em 5 a 0.
O jogo mostrou uma seleção japonesa bastante sólida e consciente na execução das jogadas. Apesar do placar elástico, as asiáticas também desperdiçaram muitas oportunidades. A vitória maiúscula deixa as Nadeshiko em situação mais tranquila na busca pela classificação. Do lado da Zâmbia, o time teve dificuldades de se encontrar em campo. Nos dez minutos finais de partida as africanas esboçaram descidas ao ataque, mas sem criatividade. As Shepolopolo complicaram as chances de classificação para a próxima fase.
Na segunda rodada do grupo C, as japonesas vão encarar a Costa Rica na próxima quarta-feira (26), às 02h (horário de Brasília), no estádio Forsysth Barr Stadium, na Nova Zelândia. As Shepolopolo irão enfrentar a Espanha, no mesmo dia, às 04h30 (horário de Brasília), no estádio Eden Park, também na Nova Zelândia.