A Inglaterra enfrentou o Haiti neste sábado (22), pela primeira rodada da Copa do Mundo Feminina de 2023. A partida válida pelo grupo D aconteceu no Suncorp Stadium, na Austrália, e marcou o primeiro duelo entre as duas seleções em Copas. Enquanto as leoas eram as favoritas, as haitianas fizeram sua estreia na competição sob pouca expectativa.
As equipes têm estilos de jogo distintos. As três leoas jogam de forma mais ofensiva e rápida, já as haitianas adotam uma forma mais defensiva e reativa de jogo.
Durante os primeiros 10 minutos, as inglesas tomaram o controle do campo por meio de jogadas iniciadas pelas pontas do time, Hemp e Kelly. No entanto, o primeiro lance de perigo aconteceu do lado haitiano, quando a atacante Dumornay deu um ótimo passe para Borgella, que acabou desperdiçando o chute em frente ao gol de Earps.
A partida continuou intensa e aos 16 minutos, após uma confusão na área, Pierre-Louis acertou o pé de Chloe Kelly na área. A árbitra venezuelana Emikar Caldera Barrera foi à cabine do VAR, mas, ao analisar o lance, percebeu uma falta da equipe inglesa no início da jogada, o que impediu a possível penalidade.
O alívio das Les Grenadières durou pouco, aos 25 minutos, depois de um belo escanteio cobrado pela Inglaterra, Louis levantou demais o braço e desviou a bola. A análise do árbitro de vídeo foi rápida, confirmando o pênalti a favor das lionesses. Georgia Stanway foi para bola, bateu e a goleira Kerly Théus defendeu. Porém, a alegria durou pouco, Theús se adiantou e a árbitra mandou voltar. Stanway foi para a marca da cal novamente, e não tremeu, finalizou no canto da rede, sem dar chance para defesa.
A seleção haitiana não se abateu e buscou jogo. A estratégia agressiva adotada pelo técnico Nicolas Delépine incomodou as comandadas de Sarina Wiegman, que tentava assegurar a vitória.
No início do segundo tempo, as equipes seguiram em um ritmo acelerado. A posse de bola das leoas era maior, 75% contra 28% das Les Grenadières. Mas a eficiência frente ao gol complicou a vida da equipe. Aos 35 minutos, a seleção do Haiti quase empatou o jogo com Éloissaint. A atacante se livrou da marcação e finalizou, mas quando ia correr para o abraço, Mary Earps apareceu para salvar as inglesas com uma grande defesa. A Inglaterra, mesmo com a dificuldade, manteve o resultado até o fim dos acréscimos.
A Inglaterra não conseguiu impor o estilo de jogo visto na conquista da Eurocopa de 2022. A dificuldade de concluir as jogadas foi a grande pedra no sapato do time, que não conseguiu encurtar as distâncias entre as jogadoras para que o esquema fosse mais envolvente. Mesmo com uma equipe forte, a ausência de líderes em campo como Beath Mead e Leah Williamson foi sentida. Apesar do sufoco, as leoas somaram os 3 pontos, assumindo o segundo lugar do grupo D, atrás da Dinamarca.
Apesar da derrota, a demonstração de um futebol rápido e reativo provou que a seleção haitiana não foi apenas para participar, e sim para competir. O trabalho do técnico Nicolas Delépine impressionou e provou que o Haiti pode sim surpreender. A utilização de um esquema mais rápido e forte, mostrou as armas das haitianas. A derrota deixou as Les Grenadières na última posição do grupo D.
O grupo D volta a campo na próxima sexta-feira (28). A Inglaterra encara a Dinamarca, às 05h30 (horário de Brasília). As duas seleções estão na liderança do grupo com três pontos, o que faz o duelo ser decisivo para o futuro na competição. No mesmo dia, às 08h (horário de Brasília), Haiti e China jogam a sobrevivência na Copa do Mundo. Com a derrota na primeira rodada, um novo revés pode representar uma eliminação para uma das equipes.