Inflação brasileira tem queda em outubro

Números do IPCA ficaram dentro da meta estabelecida pelo Banco Central
por
Marcelo Barbosa
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24/11/2025 - 12h

O Banco Central do Brasil divulgou, na última terça-feira(11), os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de outubro, considerados a inflação oficial brasileira. O índice geral apontou que os números da economia ficaram em 0,09%, o que representa uma queda de 0,39 ponto percentual em relação ao mês de setembro.

No mês anterior, os preços subiram 0,48%. O resultado foi de maior expressão foi devido à queda na conta de luz residencial, que apresentou redução de 2,39%. No âmbito anual, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que os números deste mês de outubro são os melhores desde 1998. No entanto, a inflação oficial do Brasil acumula uma alta de 3,73% em 2025, com uma de 4,68% nos últimos 12 meses.

Raul Nogueira, economista e CFO da Valios Capital, foi entrevistado pela AGEMT e ofereceu uma avaliação dos possíveis efeitos do resultado de outubro. Ele esclareceu que a desaceleração se deve, principalmente, ao rompimento em categorias mais voláteis, como combustíveis e alimentação, além da manutenção de uma política monetária bastante restritiva. Além disso, ele acrescentou que “ela vem conseguindo conter a demanda e reduzir a inércia inflacionária”.

Entre os setores que lideraram a alta do mês passado, destacam-se os grupos do vestuário (0,51%) e despesas pessoais (0,45%). O primeiro grupo apresentou maior variação no mês de outubro, destacando-se, neste contexto, as altas nos calçados e acessórios (0,89%) e na roupa feminina (0,56%). O Despesas Pessoais teve uma alta no serviço doméstico (0,52%) e o Pacote Turístico (1,97%).

A categoria “saúde e cuidados pessoais” apresentou maior influência no índice do mês, com uma contribuição de 0,06% e uma alta de 0,41%. Esse aumento foi impulsionado pelos produtos de higiene pessoal (0,57%) e pelos planos de saúde (0,50%). No setor de  “transportes", a variação foi de 0,11%, sendo o principal reflexo do aumento do preço da passagem aérea (4,48%) e dos combustíveis (0,32%).

Exceto pelo óleo diesel, que teve uma redução de 0,46%, todos os outros combustíveis apresentaram aumentos em outubro: etanol (0,85%), gás veicular (0,42%) e gasolina (0,29%). Ainda nesse grupo, é importante ressaltar a inclusão completa do reajuste médio de 14,34% nas tarifas de táxi, o que resultou em uma variação de 0,07% em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em vigor desde 12 de setembro, mas não registrada no índice do mês anterior.

No âmbito regional, São Paulo, que tem um peso de 32,8%, teve o resultado de 0,04%, enquanto o Rio de Janeiro, que tem 9,43% de influência, apresentou uma diminuição de -0,06%. Já Belo Horizonte, também expressiva na economia nacional (9,69%), teve uma queda de -0,15%.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), semelhante ao IPCA, apresentou variação positiva de 0,03% em outubro. Com isso, o indicador acumula alta de 3,65% no ano e de 4,49% no período de 12 meses.

 

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