Nesta terça-feira (3), funcionários do metrô e da CPTM de São Paulo entraram em greve. A paralisação, que foi organizada também pelos servidores da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo), tem como finalidade protestar contra o plano de privatização promovido pelo governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Os sindicatos tentaram um acordo com a Justiça, que substituiria o não funcionamento dos serviços por um protesto com catracas livres. Porém, o pedido foi negado pelo Tribunal Regional do Trabalho por receio de tumultos e acidentes.
O governador Tarcísio, em uma coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes, afirmou que trata-se de uma greve ilegal e abusiva, que prejudica o trabalhador. O governo de SP compartilhou que continuará estudando os caminhos para privatização das linhas de metrô e CPTM na grande São Paulo.
“A Justiça foi ignorada. Eles não estão respeitando o poder Judiciário e não estão respeitando o cidadão. É uma pena, a gente vê o cidadão de joelhos, o cidadão sofrendo, o cidadão tendo a privação do transporte para uma pauta que sinceramente não é motivo para paralisação”, declarou o governador.
PRIVATIZAÇÕES
O governo tem como objetivo privatizar as linhas da CPTM e Metrô até o final do mandato, em 2025. Existem algumas opções em análise, como a concessão de algumas partes dos sistemas da CPTM e do Metrô, que permitiriam que empresas privadas operassem nas linhas. Outra possibilidade é a completa desestatização dos serviços.
Já a privatização da Sabesp aconteceria antes. Tarcísio afirma que pretende enviar à Alesp (Assembleia Legislativa) no mês de outubro o projeto de lei que autorizará a venda da companhia, que é esperada até metade de 2024.
CONFIRA AS LINHAS AFETADAS
No Metrô:
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Linha 1-Azul;
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Linha 2-Verde;
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Linha 3-Vermelha;
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Linha 15-Prata.
Na CPTM
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- Linha 7-Rubi (funcionamento parcial);
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Linha 10-Turquesa;
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Linha 11-Coral (funcionamento parcial);
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Linha 12-Safira;
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Linha 13-Jade.
As linhas privatizadas operam normalmente, como a 8-Diamante, 9-Esmeralda, 4-Amarela e 5-Lilás.
A Prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio de veículos na capital, decretou ponto facultativo nos órgãos públicos da cidade e criou uma operação especial na frota dos ônibus, que, segundo o prefeito Ricardo Nunes, está 100% em operação. A SPTrans também agiu, ampliando o itinerário de algumas linhas municipais, facilitando o acesso dos passageiros a locais com maior concentração de serviços e comércios.
PRÓXIMOS PASSOS
Para definir o que será feito daqui em diante, os sindicatos anunciaram uma nova assembleia, que terá como pauta a avaliação da continuidade do movimento. Os trabalhadores se reunirão na terça-feira (3) às 18h30 na área de lazer do sindicato (Rua Serra do Japi, 16 - Tatuapé), com a possibilidade de extensão da greve até quarta-feira (4).
Vale ressaltar que o trabalhador brasileiro é assegurado pela Lei 7.783/89 ao direito à greve. Segundo o Art. 2º do plano constitucional, "para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador”.