A França colocou um fim na possibilidade inédita de uma seleção africana chegar à final da Copa do Mundo ao vencer o Marrocos por 2 a 0 na quarta-feira (15), pelas semifinais da Copa do Mundo de 2022.
Pouco antes da bola rolar, surgiu a primeira surpresa do jogo: o meio-campista Rabiot e zagueiro Upamecano, titulares até aqui, ficaram de fora da escalação por conta de uma gripe. Seus substitutos foram Fofana e Konaté, respectivamente.
A segunda surpresa foi a velocidade do primeiro gol. Theo Hernández precisou de 4 minutos e 39 segundos para balançar as redes, finalizando uma bola sobrada após chute de Mbappé, terceiro gol mais rápido da copa. O jogo foi calmo durante grande parte do primeiro tempo.
Os franceses tiveram boas chances graças a Griezmann, que facilmente saia da marcação e construía o ataque francês, mas não tiveram êxito. Os marroquinos deram no final do primeiro tempo uma amostra do que havia por vir no segundo, chegaram ao gol com uma finalização de bicicleta do zagueiro El Yamiq, que parou na trave.
A França se impôs na volta do intervalo, tendo boas oportunidades no início da segunda etapa, mas não conseguiu converter o domínio em gol. O sofrimento começou aos 8 minutos do segundo tempo. A posse de bola era totalmente dos marroquinos, e mais uma vez na competição a França se via pressionada.
Os franceses não conseguiam desenvolver seu jogo e nem parar as incríveis triangulações marroquinas com participação de Hakimi e Ziyech, os craques do time. A aposta novamente foi a velocidade, com jogadores de arrancada como Mbappé de Dembelé.
Aos 35 minutos, em um ataque de velocidade, Mbappé recebe a bola na entrada da grande área, bagunça a defesa marroquina, e finaliza a bola que sobra para o atacante Kolo Muani, que não havia completado dois minutos em campo, empurrar a bola para o gol, marcando o segundo da França na partida. Muani foi convocado de última hora após o corte de Nkunku por lesão, e só tinha dez minutos em campo pela seleção francesa.
O jogo se encerrou com a vitória dos franceses, mas a luta de Marrocos foi digna. Os marroquinos tiverem apenas um chute a menos que os franceses, e possuíram a maior posse de bola durante o jogo.
A seleção francesa mais uma vez soube sofrer e jogar sem ter a maior posse de bola. Durante essa Copa, os francês enfrentaram diversos tipos de situação: saindo atrás no placar, tendo que propor jogo contra adversários mais defensivos, jogando no contra-ataque e sem a posse de bola etc. O triunfo foi francês em todas as situações.
Desde a conquista do primeiro mundial em 1998, os franceses só ficaram de fora da final em três edições de Copa do Mundo, ou seja, nas últimas sete copas chegaram em quatro finais. E tem potencial para mais, devido a constância de renovação da geração francesa.
A presença de estrelas mais experientes e estrelas mais novas fortalece tanto o presente quanto o futuro. Peças essenciais durante essa copa, como Mbappé, Tchouameni, Upamecano e Theo Hernandez, não passam dos 25 anos.
Mesmo com as inúmeras baixas por lesões - entre elas os titulares Benzema, Pogba e Kante-, os franceses estão a um passo de ser três vezes campeões do mundo.
A França encara a Argentina pela final da Copa do Mundo de 2022 no domingo (18), no estádio Lusail, às 12h, na luta pelo tricampeonato - sendo o segundo título consecutivo. É a primeira vez que as seleções se enfrentam na grande decisão, mas já se encontraram outras três vezes durante os mundiais.
O confronto mais recente foi na copa de 2018, com a vitória da França por 4 a 3. Nos outros dois jogos, em 1930 e 1978, os argentinos levaram a melhor. O grande desafio será parar o gênio Lionel Messi, feito que nenhuma seleção conseguiu nessa copa.