Fórmula 2: Felipe Drugovich coloca mão na taça ao vencer GP da Holanda

Piloto brasileiro supera corrida caótica e deve ser campeão na próxima etapa. Enzo Fittipaldi terminou em 5°
por
Lucas G. Azevedo
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06/09/2022 - 12h

A Fórmula 2 visitou o Circuito de Park Zandvoort, na Holanda durante o último final de semana. O clima durante as corridas da categoria foi ensolarado e não trouxe emoções inesperadas.

Corrida sprint

No sábado (03) ocorreu a corrida 1, ou sprint, que distribui pontos para o top 8. O grid de largada é definido ao inverter os 10 primeiros definidos na classificação.

Felipe Drugovich, da MP, conquistou a pole position na sexta e levou para casa os 2 pontos extras, por largar em 1° na corrida principal, iniciou em 10° na sprint. O outro brasileiro do grid Enzo Fittipaldi, da Charouz, largou em 13°.

A pole position na corrida sprint caiu no colo de Clément Novalak, companheiro de Drugovich na MP. Completando a primeira fila estava Marcus Armstrong, da Hitech, e logo atrás seu companheiro de equipe Jüri Vips. Dennis Hauger, da Prema, saiu da 4ª colocação.

Grid de largada na corrida sprint do GP da Holanda. Divulgação: F2.
Grid de largada na corrida sprint do GP da Holanda. Divulgação: F2.

A primeira tentativa de largada acabou sendo abortada, porque o carro de Tatiana Calderón, da Charouz, travou ao apagar das luzes. A colombiana teve que largar do pit lane.

Na segunda tentativa, Clément Novalak, da MP, estava na frente, mas teve um péssimo começo, o piloto foi facilmente ultrapassado por Marcus Armstrong, da Hitech. Numa corrida como o GP da Holanda é imprescindível largar bem. O circuito não oferece muitos pontos de ultrapassagem e complica quem sai atras do pelotão.

Armstrong aproveitou a boa largada para abrir uma boa margem logo no começo. Novalak acabou se segurando em 2º, mas não tinha um bom ritmo e impediu o pelotão de avançar.

Théo Pourchaire, da ART, bateu na classificação e largou apenas de 16°. O francês sabia que precisava ganhar alguns pontos para continuar na luta pelo campeonato, mas a pressa acabou o prejudicando. Na 2ª volta, Pourchaire acabou freando tarde demais numa tentativa de ultrapassagem e saiu da pista, caindo para 20ª colocação.

Outro que teve problemas foi Olli Caldwell, da Campos, o piloto saiu da pista e precisou trocar a asa dianteira para continuar na prova, ele acabou voltando em último para a pista. O britânico acabou não se recuperando e abandonou pouco depois.

Parecia que tudo acabaria dessa forma, mas a 4 voltas do fim, Tatiana Calderón, da Charouz, errou e acabou com o carro preso na brita. O safety car foi chamado e ainda deu tempo de mais uma volta, havia esperanças de a relargada trazer alguma emoção para o sábado, mas nada ocorreu.

A vitória ficou com Marcus Armstrong e a 2ª posição se manteve com Clément Novalak que segurou o pelotão atras e chegou ao 1º pódio da sua carreira. Dennis Hauger, da Prema, foi o 3°.

A volta mais rápida foi de Felipe Drugovich com 1min25s808. O piloto brasileiro ficou em 10º e não pontuou. Enzo Fittipaldi também não pontuou, ficou em 13º.

Classificação final dos pilotos que pontuaram na corrida sprint do GP da Holanda. Divulgação: F2.
Classificação final dos pilotos que pontuaram na corrida sprint do GP da Holanda. Divulgação: F2.

Classificação

A pole position ficou com Felipe Drugovich , da MP. O piloto brasileiro conquistou a posição com uma volta de 1min20s713. Fechando a primeira fila estava Jack Doohan, da Virtuosi. Logan Sargeant, da Carlin, e Richard Veschoor, da Trident, montavam a segunda fila.

Enzo Fittipaldi foi mal na classificação e saiu de 13º. Théo Pourchaire, rival de Drugovich pelo campeonato, bateu sozinho na sexta e largou de 16º.

Grid de largada na corrida principal do GP da Holanda. Divulgação: F2.
Grid de largada na corrida principal do GP da Holanda. Divulgação: F2.

Corrida principal

A largada foi boa para Drugovich, o brasileiro colocou por dentro e impediu qualquer oportunidade de Jack Doohan tentar ultrapassar. Porém, o piloto da Virtuosi teve que frear forte para não colidir com o líder e isso fez com que Logan Sargeant, que vinha logo atrás, saísse do traçado na curva 1 e ficasse na última colocação.

Tentando recuperar posições, o piloto da Carlin se afobou e tocou Ralph Boschung, da Campos. Dessa vez o piloto estadunidense não teve tanta sorte, bateu forte, de frente contra a barreira. O atleta está bem, mas teve que abandonar a prova. O incidente provocou a convocação de um safety car, que logo seria trocado por uma bandeira vermelha para retirar o carro e consertar as barreiras do local.

A relargada ocorreu em movimento e Drugovich novamente se lançou bem para manter a liderança. Algumas voltas depois, na 8ª, Jehan Daruvala, da Prema, rodou na brita, mas se recuperou rapidamente e impediu outra intervenção do safety car.

Jack Doohan tentou ameaçar a liderança do brasileiro durante algumas voltas, mas o australiano acabou errando ao frear numa curva e fritou os pneus, prejudicando muito o estado da borracha e forçando uma parada pouco tempo depois.

Doohan ao forçar para ultrapassar Drugovich. Divulgação: F2.
Doohan ao forçar para tentar ultrapassar Drugovich. Divulgação: F2.

No 17º giro, Marino Sato, da Virtuosi, entrou para sua troca, mas saiu reclamando de uma vibração no pneu dianteiro esquerdo. Poucas voltas depois a explicação viria, o pneu se soltou e o piloto acabou no muro. Resultado: novamente o safety car foi para a pista.

A relargada foi dada 5 voltas depois, mas Liam Lawson, da Carlin, que liderava naquele momento após alguns pilotos terem parado, retardou ao máximo o momento de retomar a aceleração. Os pilotos que vinham atrás não esperavam esse comportamento e alguns aceleraram, o que causou um acidente envolvendo diversos corredores.

A batida coletiva envolveu Jack Doohan, que foi acertado por Richard Verschoor, da Trident, e bateu no muro, Tatiana Calderón, da Charouz, e Clement Novalak, da MP. Outro safety car foi chamado. Desses, apenas o piloto da Trident não abandonou.

Jack Doohan virado na pista causa batida coletiva. Divulgação: F2.
Jack Doohan virado na pista causa batida coletiva. Divulgação: F2.

Na 26ª volta os carros seriam liberados para competir novamente. Dessa vez, Lawson acelerou logo que foi permitido e evitou nova confusão. A partir desse momento foi definido que a prova não se encerraria com 40 voltas, mas sim que duraria mais 12 minutos e a volta final.

Após as últimas paradas, Felipe Drugovich reassumiu a liderança e passeou tranquilo até a bandeira quadriculada. Veschoor chegou a ficar a menos de 1s do piloto e poderia abrir a asa para tentar a ultrapassagem, mas o brasileiro logo aumentou a vantagem e não teve maiores problemas.

Resultados

O topo do pódio ficou com o brasileiro Felipe Drugovich. Bom para ele e para a equipe, MP, que conseguiu pontos valiosos correndo em casa.

Richard Veschoor, da Trident, terminou em 2° e Ayumu Iwasa, da DAMS, completou o palco dos vencedores.

Enzo Fittipaldi (Charouz) fez uma corrida de superação e terminou em 5° ao escalar 8 posições. Théo Pourchaire (ART) ficou apenas em 10º.

Classificação final dos pilotos que pontuaram na corrida principal do GP da Holanda. Divulgação: F2.
Classificação final dos pilotos que pontuaram na corrida principal do GP da Holanda. Divulgação: F2.

Com esse resultado, Felipe Drugovich abriu 69 pontos de vantagem na liderança do campeonato com apenas 78 pontos em jogo nas próximas duas etapas. A MP também aproveitou o ótimo fim de semana e retomou a liderança entre as equipes.

Tabelas dos campeonatos de equipes e pilotos. Divulgação: F2.
Tabelas dos campeonatos de equipes e pilotos. Divulgação: F2.

A Fórmula 2 volta no próximo fim de semana no Circuito de Monza, na Itália. No sábado, dia 10 de setembro ocorre a corrida sprint, marcada para 13h no horário de Brasília. A corrida principal ocorre no domingo, dia 11 de setembro. A largada está marcada para 5h05 no horário de Brasília.