“Foi uma experiência absurda, a gente viu bem a final e todo mundo estava em sintonia”, conta Davi Garcia sobre a final da segunda divisão do campeonato paulista. Estudante de jornalismo da PUC-SP, ele foi ao jogo no Canindé com amigos da sala: “O dia foi muito marcante; que bom que estou com essas pessoas por perto”.
“O esporte tá me levando para aventuras em São Paulo: já fui pro Morumbi, pra Santos, pro Canindé”, diz o estudante em entrevista com a Agência Maurício Tragtenberg.
Nascido em Guaratinguetá e crescido em Lorena (SP), Garcia sempre praticou esportes: “Já joguei tênis, vôlei, basquete, futebol americano, futebol…” e desde criança frequentava jogos na cidade onde cresceu.
Ele relembra uma briga de torcidas da qual teve que fugir com o pai. No jogo disputavam as equipes Ponte Preta e Guaratinguetá e, no final do segundo tempo, a torcida visitante começou a avançar para a parte da arquibancada na qual Garcia e seu pai estavam: “meu pai teve que me carregar”.
Hoje, residente da capital do estado, Davi ainda se vê permeado pelo esporte e pelas experiências que este lhe propicia. Ao chegar em São Paulo, se assustou com o ritmo frenético da cidade e se desiludiu com a realidade dela. Sempre pensou que seria uma “cidade mágica, mas não é. Coisas como a violência me fazem sempre ter que tomar cuidado”.
O choque de realidades entre a vida no interior e a vida na capital são, para o entrevistado, um desafio, mas, o esporte que tanto está presente em sua vida o está ajudando a se adaptar ao ritmo de São Paulo.
No dia 17/04, Davi, junto com os colegas Jota, Gabriel, Felipe e Lima, foi à final da segunda divisão do campeonato paulista - disputada entre Portuguesa e São Bento - no estádio do Canindé.
“Chegamos atrasados e logo abraçamos e fomos abraçados pelo clima do estádio. Parecia que a gente era mesmo torcedor da Portuguesa”. Pelo time ser um time de bairro e “caseiro’, o ambiente nas arquibancadas reproduz esse sentimento de unicidade entre a torcida.
Além do clima caseiro, a Portuguesa chegava à final pela primeira vez em alguns anos e, tendo sido rebaixada em 2013 e “sofrido com o tapetão”, a euforia foi crescendo até o êxtase da conquista da vitória: “O Canindé tava fervendo!”