Nesta quarta-feira (14), às 16h, cerca de 68 mil pessoas acompanharam a partida entre França e Marrocos no estádio Al-Bayt, valendo vaga para a final da Copa do Mundo Catar 2022.
Dita a sensação, os leões do atlas chegavam à disputa como a surpresa do torneio, afinal eliminaram nada mais e nada menos que Bélgica, Espanha e Portugal durante sua trajetória.
Já a atual campeã vem em busca do bicampeonato mundial, feito atingido apenas 2 vezes com a Itália (1934 e 1938) e o Brasil (1958 e 1962). Pelo caminho deixaram seleções como Dinamarca, Polônia e Inglaterra, este último em um duelo árduo.
Para esse embate, o técnico Walid Regragui precisou rever suas estratégias para combater a equipe treinada por Didier Deschamps. Procurando diminuir os espaços pelas extremidades, optou por utilizar uma linha 5 defensores composta pelos zagueiros Achraf Dari, Romain Saiss e Jawad El Yamiq, junto com os laterais Achraf Hakimi e Noussair Mazraoui, voltando de lesão depois ficar de fora do confronto contra Portugal.
Apesar das mudanças, os planos de Regragui foram frustrados logo aos 4 minutos. Após Antoine Griezmann atrair o marcador para a sua frente, Kyllian Mbappé se aproveitou e recebeu passe dentro da área, mas teve a finalização bloqueada. No bate e rebate, a pelota caiu nos pés de Theo Hernández, concluindo a jogada em gol em uma bela finalização.
Algo incomum nessa Copa foram as brechas deixadas no corredor central de Marrocos. Contra os franceses foi diferente, muito disso em função das movimentações de Griezmann e Olivier Giroud, forçando os defensores a fazerem perseguições, gerando o espaço atrás deles. Na outra formação, tinham em Sofyan Amrabat esse jogador entre as linhas de meio campo e defesa, capaz de cobrir essas zonas desprotegidas.
Tendo a vantagem por 1 a 0, a França sentiu-se confortável na partida, baixando seu bloco de marcação para explorar os contra-ataques, deixando os marroquinos assumirem o controle da posse de bola.
A equipe marroquina respondeu rapidamente no chute de Azzedine Ounahi para boa defesa de Hugo Lloris aos 9 minutos. Tempo depois, Konaté lançou para Giroud e o camisa 9 finalizou na trave, perdendo uma grande chance de aumentar o marcador.
O treinador marroquino se viu obrigado a mexer no time. Saiss que já havia sentido na partida contra Portugal, não teve condições de continuar nos gramados e foi substituindo pelo volante Amallah, retornando ao esquema de 4-1-4-1.
Ainda na primeira etapa tivemos duas excelentes oportunidades de gol. Depois da interceptação de Aurélien Tchouaméni, o camisa 8 deixou Mbappé em plena circunstância de ampliar o placar, porém El Yamiq salvou na entrada da pequena área, o lance prosseguiu e novamente Tchouaméni colocou mais um companheiro em frente a meta, mas Giroud não conseguiu converter. No final, em escanteio para Marrocos, Hakim Ziyech cobrou, a bola foi afastada e El Yamiq, que há pouco foi herói, arriscou uma bicicleta, carimbando a trave francesa.
Na volta do intervalo, Regragui promoveu a entrada de Yahia Attiyat Allah no lugar de Mazraoui, em uma tentativa de dar mais profundidade pelo lado esquerdo. Os leões do atlas chegaram a encurralar os franceses nessa segunda parte, tendo 67% de posse de bola (a maior posse da equipe na competição e a primeira vez que superam uma seleção nesse quesito) e criando situações principalmente pela direita, onde a recomposição francesa não é muito forte.
Apesar disso, os marroquinos começaram o sofrer pelas extremidades do campo, devido a mudança de sistema e pela postura ofensiva nesta etapa.
Aos 34 minutos, os Les Bleus colocaram um ponto final na partida. Depois de uma jogada espetacular de Mbappé, a bola ficou viva na pequena área e Kolo Muani apareceu sozinho para decretar o 2 a 0 e a classificação para mais uma final dos franceses.
Mesmo derrotados, Marrocos provou que é uma seleção que vai além de somente se defender, contrariando aqueles que a definiam como retranqueira.
Para os leões, é o fim do sonho, mas não da copa. O último compromisso está marcado para sábado (17) no estádio internacional Khalifa, às 12h, contra a já conhecida Croácia, valendo a terceira colocação da Copa do Mundo.