Filme: O Livro dos Prazeres, onde ‘Amar não é morrer’

Inspirado na obra de Clarice Lispector, o filme nacional teve sua estréia nos cinemas na última semana
por
Isabel Bartolomeu
|
26/09/2022 - 12h

Imagem: Vitrine Filmes/Divulgação

 

Dirigido por Marcela Lordy e roteirizado por Josefina Trotta, o filme narra a história de Lóri (interpretada por Simone Spoladore), professora do ensino fundamental, uma mulher livre, porém, melancólica e solitária. A protagonista carrega a aura introspectiva presente na personalidade de Clarice Lispector e suas obras.

No longa, o espectador é convidado a acompanhar a jornada de Lóri descobrindo a verdadeira liberdade e o amor, tanto o próprio quanto o compartilhado com o outro. No cotidiano, Lóri mostra-se perdida, em puro devaneio e desconexão com a realidade.

Ela, uma mulher furtiva em seus relacionamentos, é confrontada pelo pensamento existencialista ao conhecer Ulisses (interpretado por Javier Drolas). O professor de filosofia e amante contribui para o debate sobre Lóri ser "humana e contraditória". Durante o filme, o desenvolvimento da personagem coloca em perspectiva a descoberta de si, a "dor de existir" e a chegada da intimidade.

 

Aconteceu no Belas Artes: Uma Aprendizagem

 

Imagem: Isabel Bartolomeu

Legenda: Estão presentes na foto a diretora Marcela Lordy, a professora e literária Eliane Fittipaldi e a jornalista Paula Jacob.

 

Na última sexta-feira (23), o filme contou com uma sessão especial, seguida por debate, no Cine Petra Belas Artes. Com uma sala repleta de mulheres, o encontro teve a participação da diretora Marcela Lordy e da professora Eliane Fittipaldi. A mediação foi realizada pela jornalista Paula Jacob.

No debate, as convidadas comentaram as questões acerca do filme. A diretora Marcela Lordy destacou que esse é “um filme para sentir”. Inclusive, esse é o primeiro longa-metragem da diretora, que revelou que as produções do filme iniciaram há cerca de 10 anos, e demonstra a maturidade adquirida tanto por ela quanto pela personagem.

Já Eliane Fittipaldi, crítica literária e tradutora, comentou sobre a “atmosfera clariciana” e a “liberdade desencontrada” presente no longa. Também, contou que ela e Marcela trocaram correspondências na pandemia para falar sobre as experiências do filme, que na época já estava pronto, e aguardava lançamento.

O evento contou com a organização e o apoio da Revista Claudia, Vitrine Filmes, Editora Rocco e da livraria Gato Sem Rabo.

O trailer do filme está disponível no Youtube.

 

Tags: