Na noite desta sexta-feira (13) a Cinemateca Brasileira reabriu ao público com uma exposição inédita de "A Praga", um filme de José Mojica que havia sido considerado perdido. “500 pessoas, isso vai ficar para a história!”, disse Dora Mourão, presidente da Sociedade de Amigos da Cinemateca, sobre o sucesso da exposição do último filme do personagem brasileiro Zé do Caixão.
"A Praga" foi um filme produzido em 1980, e, segundo Mojica, perdido entre pilhas de rolos de filmes e de histórias em quadrinhos e nunca chegou a ser exibido. Por isso a tamanha importância da sessão sediada hoje na Cinemateca; representou o resgate e a reconstrução parcial do filme para que este fosse exposto de maneira integral.
Quando encontrados, os rolos que continham trechos do filme não estavam com áudio e parte do processo de término do filme envolveu a participação de pessoas com deficiências auditivas para que lessem os lábios dos atores e atrizes para a dublagem que seria realizada.
Durante a abertura, os filhos de Mojica, Liz e Crounel Marins, discursaram sobre a importância do que se estava realizando nesta noite. “Triste de um povo que não tem cultura! Uma cultura com censura não representa a verdadeira cultura de um povo!”, afirmou Crounel ao início de sua fala. “Essa é a casa do cinema independente, autoral e maldito, como era o de meu pai”, conclui o roteirista.
Em conversa com a Agência Maurício Tragtenberg, Crounel afirmou que apenas rodando pelo mundo que se pode entender a importância de seu pai para o Brasil. O roteirista acrescentou que com o evento de hoje, "ressurge a instituição Cinemateca".
O evento foi um sucesso, angariou pessoas saudosas da interação que tinham com a Cinemateca, e a volta não poderia ter filme e data melhores para acontecer.
As próximas propostas de ação já estão sendo planejadas, de acordo com Mourão. "O próximo evento é a semana ABC (Associação Brasileira de Cinematografia), evento criado para a atualização de profissionais da área; um grande evento para a classe cinematográfica”.