FIFA anuncia mudanças em regulamento de transferências de jogadores

Após decisão no caso Lassana Diarra, entidade máxima do futebol vai adaptar regulamento para cumprir as leis da União Europeia
por
Rafaela Eid
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16/10/2024 - 12h

A Federação Internacional de Futebol (FIFA) anunciou nesta segunda-feira (14) que vai mudar as regras referentes à transferências de jogadores, para seguir as leis de mercado da União Europeia (UE). A decisão veio depois que a entidade perdeu um caso envolvendo o ex-jogador Lassana Diarra, julgado pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).

O TJUE avaliou se o Regulamento da FIFA sobre o Status e Transferência de Jogadores (RSTP), no que se refere à rescisão de contrato de um atleta antes do término "sem justa causa", feria a legislação da União Europeia. 

No dia 04 de outubro, a decisão foi a favor do ex-atleta do Chelsea, afirmando que as atuais regras da FIFA dificultam que jogadores profissionais mudem de clube dentro da UE. O tribunal declarou que o regulamento da FIFA não está de acordo com as leis europeias.

"A deliberação no caso de Lass Diarra obriga à revisão de vários elementos do documento, a fim de alinhar o Regulamento sobre o Estatuto e a Transferência de Jogadores com a Lei europeia. Entendemos esta situação como a oportunidade de continuarmos a modernizar os regulamentos", afirmou Emilio García Silvero, diretor jurídico da FIFA, em vídeo publicado no perfil oficial da entidade no X.

Relembre o caso de Lassana Diarra

Aposentado do futebol desde 2018, Lassana Diarra nasceu no dia 10 de março de 1985, em Paris. Durante 14 anos atuou como volante, defendeu a seleção da França em 34 jogos e passou por grandes clubes da Europa, como Paris Saint-Germain, Chelsea, Arsenal, e Real Madrid. No time espanhol, chegou a ser camisa 10 por um curto período.

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Lassana Diarra quando jogava no Chelsea. Reprodução: Mike Hewitt/Getty Images / Esporte News Mundo.

Em 2014, Diarra rescindiu “sem justa causa” seu contrato com o time russo Lokomotiv Moscou e o Tribunal Arbitral do Esporte o condenou a pagar 10,5 milhões de euros como compensação. O atleta ficou sem clube até assinar com o Charleroi, da Bélgica. O time belga, porém, se recusou a pagar o valor da indenização.

Segundo as regras atuais da FIFA, o novo clube é o responsável por pagar a indenização ao time anterior. Com a recusa do Charleroi, a FIFA não emitiu o certificado de transferência para Diarra e o francês ficou sem clube até 2015, quando se transferiu ao Olympique de Marselha. Em 2016, o caso foi levado à Câmara de Resolução de Disputas da FIFA, que manteve a obrigação de pagar 10 milhões de euros ao time russo e suspendeu o atleta por 15 meses.