Falta de privacidade afeta relações amorosas na pandemia

Jovens que vivem com seus pais encontraram dificuldades para terem espaço de intimidade em tempos de confinamento
por
Maria Eduarda Mendonça
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09/05/2021 - 12h

Com a pandemia de COVID-19, casais enfrentam a falta de privacidade e momentos de lazer. Embora alguns estabelecimentos já estejam abertos, o medo do vírus se faz presente, reduzindo as vezes que se encontram pessoalmente e os momentos íntimos dos parceiros. “Os desafios que temos encontrado é no quesito de privacidade, o tempo que passamos é na casa de nossos pais. As vezes estamos conversando um assunto nosso e alguém chega no meio da conversa. Acaba sendo muito mais desafiador.”, diz Beatriz.

Beatriz e Luiz, 2020Beatriz Amâncio e Luiz Pereira, 19 anos e vestibulandos, se conheceram em 2015 por meio de amigos em comum e estudavam juntos. Luiz mudou de escola e só retornaram o contato anos depois, através das redes sociais. Durante o isolamento, tinham medo de sair para se encontrarem. "Nos nossos primeiros encontros fazíamos online, combinávamos até o que íamos comer". Por fim, iniciaram o namoro em agosto de 2020 e se encontram nos finais de semana, receosos. "Nunca fomos a um restaurante, cinema, parque, shopping, nunca fizemos nada disso.", relata Luiz.

Para eles, o maior desafio enfrentado até agora é a privacidade, visto que só se encontram na casa de ambos os pais. "Temos que estar com a criatividade aguçada para não deixar cair tanto na rotina, agora na pandemia é tudo mais limitado.”, diz Beatriz. Para enfrentar essa situação pandêmica, descrevem que amor, paciência e sinceridade é o mais necessário. A comunicação faz-se imprescindível.

Em contrapartida, para a estudante Vitória Andrade de 19 anos, a pandemia foi o pivô para o fim da relação. Conheceu o ex-namorado através de amigos em comum e então começaram o namoro. Moravam em cidades diferentes, a distância já era complicada e devido ao caos do COVID 19 se encontravam com menos frequência. Após oito meses, o casal rompeu o namoro; “Acredito que se não fosse a pandemia ainda estaríamos juntos”.

Em um contexto diferente, Gilma Mendonça e José Mendonça, 47 e 54 anos respectivamente, Gilma e José, 2020casados há 23 anos e pais, acreditam que o cenário atual ajudou a fortalecer a união. Para eles, o convívio é tranquilo, mas precisam separar as situações do trabalho com o pessoal. Faz-se fundamental ter sabedoria e respeitar o tempo de cada um, assim como suas divergências. O principal ponto positivo desse contexto pandêmico foi o home office, aproximando-o mais ainda da família.

“Para falar a verdade, sustentamos o casamento através do amor e mantemos o pensamento desde quando nos casamos: ficar juntos, construindo uma família unida e feliz. Também vale assistir ao filme favorito dela pela milésima vez”, relata José.

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