Expresso Catar: França

Atual campeã, França chega ao Catar como uma das favoritas e luta contra a maldição dos campeões
por
Gusthavo Sampaio
Otávio Preto
|
18/10/2022 - 12h

Liberdade, igualdade, fraternidade. Esse foi o lema da revolução francesa e a herança do país para o mundo. Localizado na Europa Ocidental, tem uma população de cerca de 65 milhões de habitantes e é o maior país da União Europeia, com um território de 675.417 km². A capital Paris é uma das rotas turísticas mais procuradas do mundo, tendo como atrativo o Museu do Louvre, maior museu de arte do mundo, o Arco do Triunfo, e a tão conhecida Torre Eiffel.

Um fato curioso sobre o país é que os franceses são os criadores da rotatória, aquelas mesmo de trânsito. Mas não param por aqui, além de serem os criadores, a França é o país com mais rotatórias no mundo, chegando a cerca de 30 mil rotatórias.

O país é uma república democrática semipresidencialista. Nesse sistema, o presidente é eleito por voto popular e é ele quem indica o primeiro-ministro, que o ajuda a governar. Atualmente, Emmanuel Macron é o presidente e Élisabeth Borne a primeira-ministra.

 

Museu do Louvre, Paris
Museu do Louvre
​​​​​​Fonte: Pixabay

Anota aí


Os franceses têm o segundo elenco mais valioso da Copa do Mundo de 2022, avaliado em 970,5 milhões de euros, ficando somente atrás da Inglaterra que ultrapassa 1 bilhão. A seleção da França é mais antiga que a seleção brasileira. Os Bleus nasceram em 1904, enquanto a seleção brasileira nasceu em 1914.

O atacante Thierry Henry é o maior artilheiro da história da seleção francesa, com 51 gols em 123 jogos. Do atual elenco, os jogadores que se aproximam desse número são Olivier Giroud com 46 gols, e Antoine Griezmann com 38 gols. O jogador que mais vestiu a camisa francesa foi Lilian Thuram, com 142 jogos.


Histórico francês

A seleção francesa se tornou uma potência no futebol somente na década de 80, sob a liderança de Michel Platini. Foi nessa década que a seleção conquistou seu primeiro grande título: a Eurocopa de 1984, quando foi anfitriã; e terminou em terceiro lugar na Copa do Mundo de 1986.

Na década de 90, com a grande geração de Zinedine Zidane e Thierry Henry, foram semifinalistas da Eurocopa de 1996 e Campeões da Copa do Mundo de 1998, em seu próprio território, vencendo justamente a seleção brasileira na final. No jogo da decisão, os franceses venceram por 3 a 0, com direito a dois gols de Zidane.

Depois da virada do século, a França teve uma considerável queda. Na copa de 2002 a seleção foi para a casa ainda na fase de grupos, não ganhando nenhum jogo e sem marcar gol. Em 2006, perdeu a final da Copa do Mundo nos pênaltis para a Itália, em jogo marcado pela histórica expulsão de Zinedine Zidane após cabeçada no jogador italiano Marco Materazzi.

 

O bicampeonato em 2018

Seleção Francesa comemorando o título da Copa do Mundo de 2022
Seleção da França comemorando o título mundial em 2018
Fonte: Shaun Boterill

No ano em que completava 20 anos do primeiro título mundial, a França foi campeã do mundo pela segunda vez, no mundial de 2018 na Rússia. O time era recheado de craques, como o atacante Antoine Griezmann, o meio-campo Paul Pogba, e contou com o debute da jovem estrela Kylian Mbappé, destaque da geração de ouro francesa.

A final foi contra a seleção da Croácia, no Estádio Lujniki, em Moscou. O jogo teve placar elástico: 4 a 2. Os gols foram marcados por Pogba, Mbappé, Griezmann e contra do croata Mário Mandzukic. Quem faz lá, faz cá, e Mandzukic também marcou para a Croácia junto com Ivan Perisic.

O título fez o técnico Didier Deschamps, capitão em 1998, entrar em um hall seleto de treinadores campeões em campo e na área técnica, se juntando a ninguém mais, ninguém menos que Mário Jorge Lobo Zagallo (campeão como jogador em 1958 e 1962 e como treinador em 1970) e o alemão Franz Beckenbauer (campeão como jogador em 1974 e como técnico em 1990).

 

Pré-copa 2022

Os Franceses se classificaram para a Copa do Mundo de 2022 após vencer o Cazaquistão por 8 a 0 no Parque dos Príncipes, em Paris. Essa será a 16ª participação da França em Copas do Mundo.

Após o término das Eliminatórias Europeias da UEFA a França teve 6 jogos pela UEFA Liga das Nações, com um desempenho irregular, somando 1 vitória, 2 empates e 3 derrotas.

Nas últimas rodadas do campeonato, os Bleus enfrentaram a Áustria – vitória de 2 a 0 com gols de Mbappé e de Giroud –, e a Dinamarca – derrota de 2 a 0 com gols de Dolberg e Olsen. Em ambos os jogos a França estava desfalcada devido as lesões.

 

A bruxa está a solta

Faltando menos de dois meses para a Copa do Mundo, a França sofre com uma onda de lesões com cerca de 13 jogadores machucados e 8 já recuperados. O técnico Didier Deschamps justifica o alto número pela sequência de jogos e o curto tempo de recuperação para os jogadores.

Entre os lesionados, dois são dúvidas para a Copa. O meio-campista Kanté, que já estava afastado dos campos desde agosto, sofreu outra lesão na coxa e provavelmente não jogará a Copa do Mundo, segundo o jornal francês "L'Équipe”. Mas o volante não é a única preocupação. Pogba se lesionou no mês de setembro e já foi operado, porém segue como dúvida para a copa. Ambos os jogadores foram campeões e titulares na campanha do título mundial francês em 2018.

A lista de jogadores lesionados conta com:


- Mike Maignan (Goleiro): lesão na panturrilha;

- Kimpembe (Zagueiro): lesão no tendão;

- Lucas Hernandez (lateral): lesão muscular;
- Paul Pogba (Meio-Campo): cirurgia no menisco;

- Kanté (Meio-Campo): lesão muscular;

 

Seleção de craques

Atacante Kylian Mbappé
Kylian Mbappé
Fonte: Getty Images/MB Media

Apesar das recentes polêmicas na seleção e no Paris Saint-Germain, o atacante é tratado como o mais promissor da geração francesa. Durante a Copa de 2018, com 19 anos, se tornou o mais jovem jogador a fazer gol em uma final de Copa do Mundo depois de Pelé, que marcou com 17. Além disso, Mbappé foi eleito o jogador revelação do mundial de 2018. Recentemente, o atacante ficou em 6º colocado no ranking de melhores jogadores do mundo, da revista France Football.

 

Atacante Karim Benzema
Karim Benzema
Fonte: Getty Images/ GOAL.com

O atacante Karim Benzema, estrela do Real Madrid, vencedor do prêmio Bola de Ouro 2022, da revista France Football, e eleito Jogador do Ano da UEFA 2022, voltou a ser convocado após 6 anos fora da seleção. O atacante havia se envolvido em uma polêmica de chantagem e extorsão com o Mathieu Valbuena, que na época era seu companheiro de seleção. Por opção do treinador e ordem do presidente da Federação Francesa de Futebol, Noel Le Graët, Benzema foi afastado.

Camisa 9 e artilheiro, foi campeão da UEFA Champions League pelo Real Madrid em 2022 sendo artilheiro da competição, com 15 gols.

Além dessas estrelas, a seleção conta com dois jovens meio campistas muito promissores, Aurélien Tchouaméni e Eduardo Camavinga. Os dois jogadores atuam no Real Madrid, e são considerados o futuro do time.

 

Prancheta do Deschamps

A França tem mostrado uma enorme variedade tática. Nos últimos 6 jogos pela UEFA Nations League, foram utilizadas três formações diferentes. Nos jogos contra a Dinamarca e a Áustria, a formação escolhida foi a 3-4-1-2. Já no primeiro jogo contra a Croácia, os franceses foram no 4-3-3. No segundo jogo contra a Áustria e a Croácia, o modelo tático escolhido foi o 4-2-3-1.

Ao que tudo indica, a preferência do técnico deverá ser a 3-4-1-2, porém, com a volta dos jogadores lesionados fica a incógnita da escolha de Didier Deschamps.

Seleção Francesa pré-jogo
Foto seleção francesa. Em pé da esquerda para a direita: Paul Pogba; Adrien Rabiot; Presnel Kimpembe; Raphaël Varane; Benjamin Pavard; Hugo Lloris. Agachados: Theo Hernandez; N'Golo Kanté; Antoine Griezmann; Karim Benzema; Kylian Mbappé. (Fonte: Torcedores.com)

A seleção francesa chega ao Catar como uma das favoritas. Conta ainda com um time recheado de craques, que podem desequilibrar um jogo em um lance. Porém, terá que superar a maldição das campeãs, iniciada pela própria França em 2002. Desde 2002, a seleção campeã da copa anterior não tem nem avançado da fase de grupos. Foi assim com a França em 2002, a Itália em 2010, a Espanha em 2014 e a Alemanha em 2018.

A exceção foi o Brasil em 2006, que conseguiu passar da fase de grupos, mas foi eliminado justamente contra a França. Será que a maldição das campeãs fará mais uma vítima?