Expresso Catar: Dinamarca

Mesmo sem muitos desafios até a classificação, a "dinamáquina" de 2022 promete ser tão perigosa quanto a de 1998
por
Otávio Rodrigues Preto
Gusthavo Sampaio
|
24/10/2022 - 12h

A Dinamarca é um país escandinavo localizado no norte da Europa, fazendo fronteira física apenas com a Alemanha e, por meio de uma ponte, com a Suécia. A capital é Copenhague e o país conta com pouco mais de 5,8 milhões de habitantes.

Seu sistema político é monarquia constitucional, ou seja, há um rei ou rainha que exerce a autoridade, porém de acordo com a Constituição. Já o poder legislativo é exercido por um parlamento, que é eleito através do voto popular. A atual rainha dinamarquesa é Margarida II, filha mais velha do antecessor, Rei Frederico IX.

Além de ser o país com o 7º maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), a Dinamarca conta com terceiro parque de diversões mais antigo do mundo e o quarto maior da Europa, o Tivoli Gardens. Há também o castelo de Kronborg, Patrimônio Mundial da UNESCO, uma importante e histórica fortaleza militar na qual o poeta e dramaturgo inglês, William Shakespeare, se inspirou para escrever uma de suas peças mais famosas, Hamlet. 

Parque Tivoli Gardens, em Copenhaguen, Dinamarca. Foto: Lasse Salling/Cortesia de Tivoli Gardens
Parque Tivoli Gardens, em Copenhaguen, Dinamarca. Foto: Lasse Salling/Cortesia de Tivoli Gardens.

Histórico em Copas 

A melhor campanha da seleção na história das copas do mundo foi em 1998, na copa da França. Protagonizada pelos irmãos Laudrup, a dinamáquina (como foi apelidada) bateu a Arábia Saudita por 1 a 0, empatou com a África do Sul em 1 a 1 e perdeu para os anfitriões por 2 a 1 na fase de grupos. Já no mata-mata, venceu a Nigéria em uma goleada de 4 a 1, chegando às quartas de final para enfrentar o Brasil de Rivaldo e companhia. Na ocasião a seleção canarinha levou a melhor, vencendo os dinamarqueses por 3 a 2, com dois gols de Rivaldo e um de Bebeto.

 

Passaporte para o Catar

A seleção carimbou sua vaga para a Copa de 2022 em outubro de 2021, após vencer a Áustria por 1 a 0 na fase de grupos. Nas eliminatórias, a seleção teve de enfrentar seleções do segundo, ou até mesmo do terceiro escalão europeu, como Escócia de McTominay e Áustria de Alaba. Os dinamarqueses se classificaram com certa folga, marcando o total de 30 gols na competição e sofrendo apenas 3.

 

Joakim Mæhle comemora gol da classificação contra Áustria. Foto: Ulrik Pedersen/NurPhoto/PA Images
Joakim Mæhle comemora gol da classificação contra Áustria. Foto: Ulrik Pedersen/NurPhoto/PA Images.

 

Tática

O esquema tático da dinamáquina não traz muitas novidades. É o bom e velho 3-4-3, com alas rápidos que ajudam tanto no ataque quanto a recompor a defesa. Em alguns momentos pode variar para um esquema mais comum ainda, o 4-3-3, de acordo com seu adversário.

 

As engrenagens

A seleção do velho continente chega para a Copa do Catar com uma fórmula adotada por diversos clubes ao redor do mundo: unir experiencia com juventude. Ao falar desta seleção é indispensável o destaque para o veterano Kasper Schmeichel, de 35 anos, filho do lendário Peter Schmeichel. O atual goleiro acabou de sair do Leicester, da Inglaterra, e foi transferido para o Nice, da França, em uma transação de 1 milhão de euros.

Outro jogador que comanda a seleção é Christian Eriksen. O camisa 10 é o principal símbolo desta seleção. Após ter protagonizado um episódio terrível na Euro 2020 (adiada por conta da pandemia do coronavírus), quando caiu no meio da partida após sofrer uma parada cardíaca, o meio-campista é o maestro da equipe.

E não podemos nos esquecer do destaque da seleção nas eliminatórias para a copa do mundo, Andreas Skov Olsen, de 22 anos. O ponta direita, que joga atualmente no Club Brugge (Bélgica), foi o artilheiro da seleção na disputa por uma vaga na copa com 5 gols.  

 

Christian Eriksen, camisa 10 da seleção dinamarquesa. Foto: Gallo Images.
Christian Eriksen, camisa 10 da seleção dinamarquesa. Foto: Gallo Images.

 

Caso Hummel

Faltando alguns meses para o início da maior competição entre seleções do mundo, a patrocinadora oficial da Dinamarca, Hummel, se envolveu em uma polêmica após lançar o uniforme que será usado pela seleção no evento.

Os trajes são monocromáticos, com pouco ou quase nenhum destaque ao escudo da seleção e ao próprio logo da marca esportiva. A decisão é uma forma de protesto por parte da fornecedora à anfitriã do torneio.

Em suas redes sociais, a Hummel Sport disse não querer ser visível em um evento que ultrapassa os direitos humanos. "Preto: A cor do luto. A cor perfeita para a terceira camisa da Dinamarca para a Copa do Mundo deste ano. Apesar de apoiarmos a seleção dinamarquesa o tempo todo, isso não deve ser confundido com o apoio a um torneio que custou a vida de milhares de pessoas. Desejamos fazer uma declaração sobre o histórico de direitos humanos do Catar e seu tratamento aos trabalhadores migrantes que construíram os estádios da Copa do Mundo no país", escreveu a marca.

A manifestação se dá em meio a diversas polemicas envolvendo o país sede. Desde que o país ganhou o direito de sediar o evento, não pararam de surgir denúncias de violação de direitos humanos no país, sobretudo em relação às condições dos trabalhadores imigrantes. As indústrias e construtoras cataris contratam a maior parte de seus funcionários em outros países.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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