EXPRESSO CATAR: CANADÁ

Após 36 anos, os "canadians" voltam a disputar o principal torneio de seleções do mundo
por
Arthur Campos
João Victor Fogagnolo
|
10/11/2022 - 12h

O Canadá está situado na América do Norte, fazendo fronteiras ao sul com os Estados Unidos e ao norte também, com o Estado do Alasca. Com 38 milhões de habitantes, sua capital é Otawa, porém as cidades mais populosas são Toronto e Montreal. Seus idiomas oficiais são o francês e o inglês, além de dispor de um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano do planeta: 0,929. 

É apelidado por alguns de “Great White North” (Grande Norte Branco). O “Great” refere-se ao tamanho, já que é o segundo maior país em extensão territorial no mundo, atrás somente da Rússia, ocupando aproximadamente 10 milhões de quilômetros quadrados, equivalente a 42% do continente norte-americano. Seu território vai de mar a mar (cercado pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Ártico) e possui o litoral mais extenso do mundo, mostrando o outro lado do seu gigantismo. Outra curiosidade é que o país concentra boa parte da água doce do mundo (20%), com mais de 30 mil lagos. “White” faz alusão à neve, presente especialmente na porção norte, onde predomina o clima ártico. A região está repleta de tundras congeladas, montanhas nevadas e taigas. Por fim, “North” está ligada ao fato de o Canadá ser o país mais ao norte do continente americano, estando acima dos Estados Unidos. 

 

Canadá
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Calouros 

Quando se trata de Copa do Mundo, o Canadá passa longe de ser lembrado, isso porque disputaram apenas uma vez a competição. Na sua primeira participação, em 1986, a equipe amargou a última colocação do grupo C, que tinha Hungria e as classificadas França e União Soviética. Para 2022, os canadenses terão a missão de conseguir a primeira vitória e marcar o primeiro gol da seleção em Copas do Mundo. 

 

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Rumo ao Catar 

Para carimbar seu passaporte, o Canadá precisou passar pelo desafio das duras eliminatórias da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe), que é divida em três fases. 

Diferentemente de seus rivais EUA e México, o Canadá passou pelas duas etapas iniciais até chegar à parte final das eliminatórias, na qual disputaram ponto a ponto com os mexicanos. Após terminarem empatados, os canadenses ficaram em primeiro pelo critério de saldo de gols (23 gols pró e sete gols contra), com uma campanha de oito vitórias, quatro empates e duas derrotas, tendo o melhor ataque e defesa da competição. Um feito histórico para quem ficou 36 anos segurando o choro e o grito de emoção. 

Antes de embarcar para o Oriente Médio, a equipe comanda pelo treinador John Herdman realizou dois amistosos, contra o Catar (vitória por 2 a 0) e contra o Uruguai (derrota por 2 a 0), e fecha este ciclo contra o Bahrein no dia 11 de novembro. 

 

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Olho neles! 

O atacante de 27 anos, Cyle Larin é uma das esperanças de gols da seleção norte americana. Com 1,88 m de altura, o jogador é o maior goleador da história do seu país, com 24 gols e foi o artilheiro das eliminatórias da Concacaf, anotando 19 gols. Seu clube de maior expressão foi o Besiktas e atualmente defende as cores do Club Brugge, da Bélgica. No clube turco, em sua melhor temporada (2020/2021) foram 38 partidas, 19 gols e nove assistências, jogando tanto como centroavante quanto ponta esquerda. 

 

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O meio campista Stephen Eustáquio, de 25 anos é um dos pilares do time canadense. Com 1,77 m de altura, o volante se notabiliza por ser um jogador de bom passe e controle de bola. Se destacou atuando pelo Paços de Ferreira e foi contratado pelo Porto na janela de inverno da temporada 2021/2022. De lá para cá, são 29 jogos pelo clube português e tem sido uma peça importante para o técnico Sérgio Conceição. 

 

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O jogador Tajon Buchanan é uma das joias desse time. Com 23 anos e 1,83 m de altura, ele foi eleito a revelação da Copa Ouro da Concacaf em 2021, na qual os canadenses foram eliminados pela seleção do México nas semifinais por 2 a 1. Mesmo jovem, Buchanan mostra-se ser um atleta polivalente, sendo um ponta que pode atuar tanto no corredor esquerdo quanto no corredor oposto, e se necessário, pode ser lateral de ambos os lados. Pelo Canadá, ele atua preferencialmente pelo lado direito do campo. É mais um daqueles pontas velozes, ótimos no mano a mano que com certeza devem dar trabalho aos defensores. Atualmente, é companheiro de Cyle Larin no Club Brugge, somando 26 partidas, dois gols e quatro assistências. 

 

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É claro que não poderíamos esquecer do líder e capitão da equipe. Atiba Hutchinson é o símbolo desta seleção. Aos 39 anos, ele é o jogador que mais serviu as cores vermelha e branca, somando 97 jogos e certamente deve chegar à marca de 100 no Catar. No momento, o volante não tem sido titular, porém todos sabem da sua importância, dentro e fora de campo, principalmente quando se trata de experiência. 

 

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The Davies 

Se o Canadá terá a possibilidade de tentar escrever seu nome na história das Copas, isso se deve ao bom trabalho que vem sendo desenvolvido nos últimos 4 anos e a consequência dele: o surgimento de duas estrelas. É impossível citar a atual geração canadense e não a associá-la aos jogadores Alphonso Davies e Jonathan David. São eles os craques responsáveis por dar esperanças ao torcedor. 

Revelado pelo Vancouver Whitecaps, Davies foi o segundo jogador mais novo a estrear pela MLS (Major League Soccer). Por lá atuou como extremo pela esquerda (também jogou pela direita) em 81 partidas nos anos de 2016 a 2018, marcando 12 gols e dando 14 assistências. Após se destacar, chamou a atenção do gigante Bayern de Munique e foi vendido por cerca de 10 milhões de euros (na época, foi considerado a maior venda de um atleta da MLS), com apenas 17 anos. 

No time Bárbaro, aos 21 anos, se desenvolveu como lateral esquerdo no comando do ex-treinador Hansi Flick e é peça chave do esquema do atual técnico Julian Nagelsmann. Pelo time alemão são 134 partidas, com seis gols e 21 assistências. Na seleção, o comandante John Herdman o vê como um jogador coringa, visto que já foi utilizado como ala e ponta pela esquerda, além de ter jogado como segundo atacante. 

 

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Com 20 gols em 30 jogos pela seleção, Jonathan David é solução para os canadenses conquistarem a tão sonhada vaga para as oitavas de final. Revelado pelo Genk, o jogador se transferiu para o Lille com a marca de 78 gols e 21 assistências em 83 partidas no clube belga. Na França, o faro de artilheiro não é diferente. Ao total são 110 partidas, 41 gols e 8 assistências e na atual temporada, o atacante de 1,77 m de altura tem uma média de 0,6 por partida, tendo em 14 jogos, nove gols marcados e três assistências.

Será o Jonathan que vai inaugurar o primeiro gol do Canadá em Copas? 

 

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Herdman’s clipboard 

John Herdman, de 47 anos, é o responsável por escalar os onze iniciais do plantel canadense. O inglês tem passagens pelas seleções femininas da Nova Zelândia e do próprio Canadá, e foi na equipe norte-americana que conseguiu seus primeiros feitos como treinador. Nas olimpíadas de Londres 2012 e Rio 2016, o técnico conquistou 2 medalhas de Bronze para o país. Hoje, à frente do time masculino, ele tem a missão de conduzir o atual elenco a uma inédita classificação para a fase mata-mata da Copa do Mundo e projetar a equipe para a próxima edição, onde o país sediará ao lado dos Estados Unidos e México. 

 

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Partindo para o campo, John mostra-se um treinador adepto a mudanças, não se incomodando em fazer alterações de jogadores e sistemas de acordo com cada adversário. Vale dizer que o técnico testou mais de 40 jogadores nos últimos quatro anos nesse período de preparação. Dito isso, existem algumas variações em comum. 

Recentemente, quando optou para uma linha com três defensores escolheu o 3-4-1-2, com uma linha de quatro no meio formada por dois volantes e dois alas, e na frente um meio-campista atrás de dois atacantes. 

Utilizando uma formação com quatro defensores, ele tem duas opções de esquemas: pode partir para um 4-4-2, com duas linhas de quatro (uma no meio e a outra atrás) e dois atacantes mais soltos, ou escolher o 4-2-3-1, com dois volantes e três jogadores a frente, com a possibilidade de ter dois pontas mais abertos, um meio-campista para criação e um atacante para finalizar as jogadas. 

 

Convocação

 

Goleiros:

 James Pantemis (Montréal), Milan Borjan (Estrela Vermelha) e Dayne St. Clair (Minnesota United).

Defensores:

Samuel Adekugbe (Hatayspor), Joel Waterman (Montréal), Alistair Johnson (Montréal), Richie Laryea (Toronto), Kamal Miller (Montréal), Steven Vitória (Desportivo de Chaves) e Derek Cornelius (Panetolikos).

Meio-Campistas:

Liam Fraser (Toronto), Ismael Koné (Montréal), Mark-Anthony Kaye (Toronto), David Wotherspoon (St Johnstone), Jonathan Osorio (Toronto), Atiba Hutchinson (Beşiktaş), Stephen Eustáquio (Porto) e Samuel Piette (Montréal).

Atacantes:

Tajon Buchanan (Club Brugge), Liam Millar (Basel), Lucas Cavallini (Vancouver Whitecaps), Iké Ugbo (Troyes), Junior Hoilett (Reading), Jonathan David (Lille), Cyle Larin (Club Brugee) e Alphonso Davies (Bayern de Munique).

 

Canadá

 

Coadjuvantes 

Mesmo sendo considerada a melhor e a mais promissora geração canadense, o país chega ao Catar com um papel de coadjuvante, num grupo que tem a atual vice-campeã e a terceira colocada da última Copa do Mundo. Apesar do Canadá ser capital dos ursos polares, seria a zebra um símbolo da equipe nesta competição?