A explosão de DJ’s brasileiros na cena internacional

Dj 's como Alok, Mochakk, Valentina Luz e outros vem cada vez mais agitando as pistas mundo afora e a busca por brasileiros parece estar cada vez mais.
por
Ian Valente
José Pedro dos Santos
|
13/11/2023 - 12h

A música eletrônica no Brasil experimentou um crescimento notável nas últimas décadas e se consolidou como um dos gêneros musicais mais populares do país. Esse fenômeno é resultado de uma combinação de fatores, que incluem a influência da cultura local, a criatividade de produtores e artistas, bem como o poder das festas e festivais de música eletrônica. 

Evolução da Música Eletrônica no Brasil:

A música eletrônica chegou ao Brasil na década de 1980, trazida por meio de fitas cassetes e vinis importados. Inicialmente, o gênero era associado a clubes underground e uma cena musical de nicho. No entanto, ao longo dos anos, a música eletrônica se espalhou por todo o país, encontrando um público cada vez maior e mais diversificado.

capa do album do Dj Patife
Capa do álbum Cool Steps Drum ‘N’ Bass Grooves do Dj Patife, um dos maiores expoentes brasileiros do DnB em terras brasileiras / foto: reprodução

Na década de 1990, o Brasil testemunhou o surgimento de uma cena eletrônica que inclui subgêneros como o House, Trance, o Techno e o Drum 'N' Bass, entre outros estilos. Isso coincidiu com o crescimento de festas ao ar livre, conhecidas como "raves", que rapidamente se tornaram parte da cultura jovem brasileira.

Glossário de termos relacionados à música eletrônica:

DJ (Disc Jockey): Um indivíduo que mixa e reproduz músicas eletrônicas ao vivo

em festas, clubes e eventos.

Produtor Musical: A pessoa que cria, grava, mixa e masteriza músicas. Eles são responsáveis pela produção das faixas.

DJ Set: Um DJ cria um set escolhendo e mixando faixas pré-gravadas em um conjunto contínuo de música, muitas vezes usando equipamento como CDJs (reprodutores de CD) ou controladores de software.

B2B (Back-to-Back): Dois ou mais DJs atuam juntos em um mesmo set, compartilhando o controle das mixagens. Eles frequentemente alternam entre si durante o set.

Drop: O ponto de uma música onde a batida principal e os elementos sonoros mais intensos entram em ação, muitas vezes acompanhados por uma grande energia na pista de dança.

Remix: Uma versão alternativa de uma música existente, geralmente criada por um produtor para adicionar elementos novos ou modificar o arranjo original.

Synth (Sintetizador): Um instrumento eletrônico que gera sons por meio de osciladores, filtros e moduladores, permitindo a criação de uma ampla variedade de timbres.

BPM (Batidas Por Minuto): Uma medida da velocidade ou ritmo de uma música eletrônica, indicando quantas batidas ocorrem em um minuto.

Samples: Muitas músicas eletrônicas usam trechos de áudio de outras fontes, como gravações antigas, filmes ou gravações de campo.

Efeitos Sonoros: Efeitos como reverb, delay e filtros são comuns na música eletrônica, criando atmosferas e texturas únicas.

Principais Gêneros:

O Brasil desenvolveu uma cena eletrônica diversificada, abraçando uma ampla variedade de gêneros. Alguns dos principais gêneros e suas características incluem:

Tropical Bass: Uma fusão de música eletrônica com elementos de música brasileira e latina, resultando em batidas exuberantes e vibrantes.

Techno: Conhecido por suas batidas repetitivas e hipnóticas, o techno tem uma base sólida de fãs no Brasil, com diversos clubes e festivais dedicados a esse gênero.

House: O house é um gênero com raízes profundas no Brasil, e suas variações, como o deep house e o tech house, são muito populares.

Trance: O trance é um dos gêneros mais icônicos das festas ao ar livre, e suas melodias envolventes atraem multidões para festivais de música em todo o país.

Drum and Bass: Com uma cena dedicada, o drum and bass é apreciado por seus ritmos acelerados e baixos poderosos.

Bass Music: Inclui subgêneros como dubstep, trap e future bass, que se tornaram populares entre os jovens.

O Brasil produziu diversos artistas de renome internacional na cena eletrônica. Alguns deles incluem:

Alok: Um dos DJs mais famosos do Brasil, conhecido por seus hits de música eletrônica que alcançaram as paradas em todo o mundo, apesar de ser taxado como  um DJ que toca músicas muito comerciais que ficam populares entre os não ouvintes de música eletrônica, o produtor é respeitado internacionalmente, classificado como o quarto melhor DJ do mundo segundo a reconhecida revista sobre música eletrônica DJ Mag, foi o primeiro DJ a se apresentar no palco mundo, principal palco do Rock in Rio , maior festival do Brasil. 

Vintage Culture: Celebrado por sua fusão de house e techno, Vintage Culture é uma figura proeminente na cena eletrônica global, graças a sua essência brasileira que mistura samba e batidas ancestrais em suas músicas, ele é classificado como o décimo primeiro pela revista DJ Mag, além disso ele é uma das principais caras do festival Só Track Boa, que tem diversas versões incluindo fora do país.

DJ Vhoor: Natural de Belo Horizonte, o DJ vem ganhando reconhecimento mundial pela sua musicalidade em que mistura funk e disco, apresentando-se no Primavera Sound em Barcelona neste ano, esse set foi gravado para o conhecido canal Boiler Room. Produziu o álbum “BAILE” do rapper FBC que dominou as paradas musicais.

Valentina Luz: Ficou conhecida primeiramente como modelo, que esteve por muitos anos nas passarelas e que foi se envolvendo com a música eletrônica a partir do momento em que ela se mudou para São Paulo e começou a dançar em algumas festas da cidade, como a Mamba Negra, Odd e no festival Dekmantel. Agora se aventura como DJ misturando house com funk, este ano Valentina foi convidada a fazer um set para o DGTL de Amsterdam em parceria com o Boiler Room, plataforma de streaming de sets que fazem set transmitidos pela internet, ao vivo, sendo gravado em diversos lugares do mundo, além disso ela fez um set B2B com a Eli Iwasa na Tomorrow Land Brasil deste ano. 

Mochakk: É a última revelação da música eletrônica brasileira, sua forma de dançar e conduzir  seus shows cativaram o público. Pedro tem uma sonoridade única que mistura batidas latinas com house, soul com funk e diversas outras alquimias. Hoje possui uma agenda lotada passando pelas melhores festas e clubs do mundo, além de ter sido o segundo brasileiro a fazer um set para a produtora Cercle, produtora francesa que faz show em diversas localidades do mundo, sempre buscando misturar o som com ambiente maravilhoso, o seu set foi na Plaza de Spaña em Sevilla.