Nos últimos meses, ficou escancarada a dificuldade do Brasil em receber shows e eventos de grande magnitude. O festival de rap “RepFestival”, no Rio de Janeiro, e o show do Coldplay, em São Paulo, foram os exemplos mais recentes e que geraram mais polêmica entre a população.
Aquele que se intitulava “o maior festival de rap do Brasil” passou por problemas quanto ao local decidido, visto que estava marcado para o Parque Olímpico, mas de última hora houve uma alteração para Guaratiba, na zona oeste da cidade. Este evento que fez muitos fãs ansiosos saírem decepcionados, aqueles que conseguiram adentrar, logo que pela falta de planejamento o trânsito aumentou e muitos entusiastas não chegaram perto do local.
Além do trânsito, muita lama, animais como cobras e sapos, e problemas com os palcos fizeram parte dessa decepção. Com toda essa falta de infraestrutura, o Procon-RJ notificou os organizadores e os multaram no valor de R$12 milhões por infringir regras do Código de Defesa do Consumidor.
Vindo para a capital paulista, a banda Coldplay se apresentou no estádio do Morumbi em uma semana com fortes chuvas na cidade, o que ocasionou problemas nos arredores e na parte interna do estádio, como alagamentos tanto nas ruas como nas próprias arquibancadas. Mas esse é um problema antigo deste local há anos nos jogos de futebol torcedores sofrem com as mesmas deficiências de estrutura.
Outro erro que sempre se repete é a falta de estrutura. Cruz, produtor de grandes festas universitárias, comenta a dificuldade de encontrar bons lugares para receber eventos: “A maioria dos espaços mais em conta são defeituosos em pontos que podem causar grande problema, como estrutura de palco, ar-condicionado e sistema de ventilação. Logo sobram os mais caros, que complicam a logística de ingressos e operacional por encarecer tudo, sem contar que, se o local for a céu aberto, a chuva sempre é uma grande incógnita.”.
Mesmo com todos esses contras, há eventos que ocorrem bem, como o Lollapalloza, que ocorre no Autódromo de Interlagos, um local aberto e amplo, que contou com 3 dias de festival com muito sol. Porém, houve alguns casos de trabalhos análogos à escravidão por uma empresa que cuidava dos bares do evento. Alguns trabalhadores disseram que dormiam num ambiente insalubre sem nem mesmo um colchonete ou papelão.
E, quando questionado sobre a contratação de pessoas, o produtor conta alguns dos desafios enfrentados. “Sempre vai depender de quantos setores o local vai disponibilizar, mas temos que contratar seguranças, bombeiros, agentes de trânsito e pessoas para ficar no bar. Mas algo que temos que prestar muita atenção é contratar o número de funcionários que podemos pagar e dar condições dignas de trabalho para eles.”
Mesmo com todos esses problemas, o Brasil segue recebendo grandes artistas, shows e festivais. Como o show do The Weekend, no Allianz Parque, onde dificilmente ocorrerá algum incidente que prejudique o público, visto que é um local moderno e construído para a recepção de grandes artistas e seus espetáculos. Mesmo local de grandes shows que fizeram muito sucesso no passado.
Haverá também em setembro, em Interlagos, um grande festival, “The Town”, que reunirá diversos gêneros musicais e grandes cantores de vários países, como Post Malone, Bruno Mars, Luisa Sonza, Maroon 5, Racionais MCs, entre outros. Segundo os produtores, o evento servirá como uma amostra de uma diversidade cultural juntando pop, rock, rap e muitos outros estilos. Claro que há um receio sobre o andamento desse festival, mas espera-se com boas condições climáticas e responsabilidade por parte dos organizadores, para dessa forma evitar problemas e mostrar a diversidade cultural que há no Brasil e no mundo.