EURO2024: Grupo A começa com alta expectativa

Finalistas de Copa do Mundo e maiores campeões europeus disputam vaga para o mata-mata
por
Felipe Bragagnolo Barbosa
Thomaz Cintra
|
07/06/2024 - 12h

As Águias em reconstrução
 

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Toni Kroos, capitão da Alemanha está no último torneio de sua carreira. Foto: Reprodução / Redes sociais.

 A Eurocopa de 2024 terá seu início no dia 14/06, com o confronto entre a anfitriã, Alemanha, e a Escócia. Por ser a dona da casa, a seleção alemã não precisou jogar as eliminatórias da UEFA para poder participar da competição, e foi classificada de forma automática.

A Alemanha é o país com mais tradição na história do torneio e a nação com mais participações, somando 14, ao total, contando com a atual edição. Além disso, é a maior campeã empatada com a Espanha, tendo conquistado três títulos, o primeiro em 1972, o segundo em 1980 e o último, em 1996. 
 

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Seleção alemã comemorando o título da EURO 1996. Foto: UEFA

 
O Período após a Copa de 2022 da seleção alemã é bastante conturbado. Mesmo sendo eliminado na fase de grupos, Hans Flick continuou no cargo de treinador, mas depois de ser goleado para o Japão em setembro de 2023, acabou deixando o posto para que Julian Nagelsmann assumisse o cargo. A nova era das Águias terá seu primeiro grande desafio em casa nessa Eurocopa, e chega para a competição com um retrospecto de três vitórias, dois empates e duas derrotas em sete jogos, desde que houve a troca nos cargos técnicos. Vale destacar que duas dessas vitórias foram contra a Holanda e a França.

Usando como base a escalação mais usada em 2024, e que venceu as partidas contra outras potências europeias, nota-se que Nagelsmann mescla bastante jovens jogadores com experientes na equipe titular. Prova disso é o meio-campo, os titulares na maioria dos amistosos desse ano nesse setor foram Toni Kroos e Gundogan, jogadores de idade mais avançada e com bastante rodagem na elite do futebol mundial, junto de Florian Wirtz e Musiala, estrelas em ascensão. A expectativa para esse time na Euro, é que eles consigam ir longe no mata-mata, como normalmente acontece, visto a tradição que a equipe tem na competição, mas ainda assim é importante lembrar que ainda é um elenco em reformulação com um técnico também muito novo e inexperiente.
Os convocados para este desafio são:
Goleiros: Baumann (Hoffenheim), Leno (Fulham), Neuer (Bayern de Munique) e Ter Stegen (Barcelona)
Defensores: Anton (Stuttgart), Beste (Heidenheim), Henrichs (RB Leipzig), Kimmich (Bayern de Munique), Koch (Eintracht Frankfurt), Mittelstädt (Stuttgart), Raum (RB Leipzig), Rüdiger (Real Madrid) e Tah (Bayer Leverkusen)
Meio-campistas: Andrich (Bayer Leverkusen), Führich (Stuttgart), Gross (Brighton), Gündogan (Barcelona), Kroos (Real Madrid), Musiala (Bayern de Munique), Pavlovic 
(Bayern de Munique) e Wirtz (Bayer Leverkusen)
Atacantes: Beier (Hoffenheim), Füllkrug (Borussia Dortmund), Havertz (Arsenal), Müller (Bayern de Munique) e Undav (Stuttgart)

O Exército de Tartan

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Mctominay comemorando gol diante do Chipre. Foto: REUTERS

A seleção escocesa também chamada pelos fãs de “Exército de Tartan” irá enfrentar os alemães na abertura da Eurocopa 2024, e apesar de não ser a equipe mais forte do grupo e nem uma das favoritas, deve olhar para essa participação na Euro com muito orgulho. Essa será apenas a quarta participação da Escócia no torneio, e em nenhuma das outras três, o time conseguiu avançar à fase de mata-mata.

Os escoceses se classificaram como vice-colocados em seu grupo nas eliminatórias, somente atrás da favorita Espanha, mas ainda assim, o retrospecto recente da equipe não é positivo. Contando com amistosos, foram cinco derrotas e dois empates nas últimas sete partidas.


Um ponto  de destaque da equipe é o técnico Steve Clarke, que está no comando do time desde 2019 e participou da campanha da última Eurocopa. Mas dentro das quatro linhas, um dos destaques é o meio-campista McTominay, e outros dois jogadores, também da Premier League, que merecem atenção são John McGinn, atualmente no Aston Villa, vice-artilheiro da Escócia nas eliminatórias e líder em assistências, e Billy Gilmour, do Brighton. A estrela do grupo é o lateral do Liverpool Andrew Robertson, que pode ajudar muito o elenco com sua experiência, visto que foi capitão da equipe na última Euro.

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Seleção escocesa comemorando a classificação da EURO2020. Foto: Redes Sociais

 Os escoceses convocados foram:
Goleiros: Angus Gunn (Norwich), Zander Clark (Hearts), Craig Gordon (Hearts) e Liam Kelly (Motherwell)
Defensores: Andy Robertson (Liverpool), Kieran Tierney (Real Sociedad, Esp), Jack Hendry (Al Ettifaq, Ara). Ryan Porteous (Watford), Liam Cooper (Leeds United), Scott McKenna (FC Copenhaga, Din), Grant Hanley (Norwich), Greg Taylor (Celtic), John Souttar (Rangers), Anthony Ralston (Celtic) e Ross McCrorie (Bristol City).
Meio-campistas: Callum McGregor (Celtic), Ryan Christie (Bournemouth), Billy Gilmour (Brighton), John McGinn (Aston Villa), Kenny McLean (Norwich), Scott McTominay (Manchester United), Stuart Armstrong (Southampton) e Ryan Jack (Rangers).

Atacantes: Lyndon Dykes (Queen's Park Rangers), Che Adams (Southampton), Lawrence Shankland (Hearts), Ben Doak (Liverpool) e James Forrest (Celtic).


A Cruz Vermelha

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Seleção Suiça comemorando.  Foto: Javier Soriano / AFP

 Além da Alemanha, a outra seleção favorita para se classificar para a fase de mata-mata é a Suíça. Mesmo após uma eliminatória inconsistente, terminando apenas dois  pontos à frente do terceiro colocado em um grupo relativamente fácil, a seleção enfrentou as  equipes da Romênia, Israel, Bielorrússia, Kosovo e Andorra, vencendo quatro confrontos, empatando cinco e perdendo um.

Apesar da qualificatória ruim, a expectativa na equipe comandada pelo técnico Murat Yakin é alta. Nas últimas duas edições, os suíços se classificaram para a segunda fase, sendo em 2021 seu maior triunfo na história, atingindo as quartas de finais após uma partida eletrizante com a campeã mundial da época, a França de Mbappé. Os “Bleus” abriram uma grande vantagem de três a um no final do segundo tempo, entretanto a Cruz Vermelha empatou o jogo no último minuto, levando a prorrogação e eliminando a França nos pênaltis. Fora as últimas duas edições, os jogadores dos Alpes se classificaram para outras três edições, nas quais foram eliminados na fase de grupos.

O modo de jogo de Yakin se assemelha ao Liverpool campeão mundial de 2019, comandado por Jurgen Klopp. A equipe pressiona constantemente a saída de bola adversária, buscando algum erro do adversário para tentar o gol. Os lançamentos longos dos meias para pontas e atacantes também são parecidos com o do clube inglês. Granit Xhaka, meio campista destaque da campanha histórica do Bayer Leverkusen cumpre bem essa função, além de ser o craque do time. 


O meio campo se torna um trio de ferro com a adição de Remo Freuler e Denis Zakaria, unindo a experiência com a juventude. Outro grande trunfo é a defesa consolidada com a dupla de zaga formada por Ricardo Rodriguez do Torino e Manuel Akanji do Manchester City. Entretanto, o grande destaque defensivo e possivelmente de todo o time é Yann Sommer. Destaque na última Euro, o goleiro é um dos melhores do mundo, o titular da equipe italiana Internazionale acumula partidas históricas tanto por clubes como seleção.

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Suiços comemorando o gol de empate contra a França em 2021. Foto: UEFA

A Cruz Vermelha convocou os seguintes jogadores: 
Goleiros: Yann Sommer (Inter de Milão), Yvon Mvogo (Lorient), Gregor Kobel (Borussia Dortmund), Marvin Keller (Winterthur) e Pascal Loretz (Luzern);

Defensores: Ricardo Rodriguez (Torino), Fabian Schar (Newcastle), Manuel Akanji (Manchester City), Nico Elvedi (Borussia Monchengladbach), Silvan Widmer (Mainz 05), Kevin Mbadu (Augsburg), Ulisses Garcia (Olympique de Marselha), Cedric Zesigner (Wolfsburg), Leonidas Stergiou (Stuttgart), Aurele Amenda (Young Boys), Albuan Hajdari (Lugano) e Bryan Okoh (RB Salzburg).

Meio-campistas: Granit Xhaka (Bayer Leverkusen), Xherdan Shaqiri (Chicago Fire), Remo Freuler (Bologna), Denis Zakaria (Monaco), Michel Aebischer (Bologna), Fabian Rieder (Rennes), Uran Bislimi (Lugano), Ardon Jashari (Luzern), Filip Ugrinic (Young Boys) e Vincent Sierro (Toulouse).

Atacantes: Breel Embolo (Monaco), Steven Zuber (AEK), Ruben Vargas (Augsburg), Renato Steffen (Lugano), Noah Okafor (Milan), Zeki Amdouni (Burnley), Andi Zeqiri (Genk), Dan Ndoye (Bologna), Kwadwo Duah (Ludogorets) e Joel Monteiro (Young Boys).

A nova geração se inspira no lendário Time de Ouro Hungáro.
 

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Craque Hungáro, Szoboszlai é a esperança do país. Foto: Laszlo Szirtese / Getty Images

 

A histórica seleção húngara chega para a copa europeia como uma zebra. Após uma ótima eliminatória em um grupo difícil, a Hungria se classificou em primeiro lugar de forma invicta enfrentando a favorita Sérvia, Montenegro, Lituânia e Bulgária.  

Os liderados pelo italiano Marco Rossi esperam uma classificação para a segunda fase. A história Húngara é rica tanto em campeonatos mundiais quanto europeus, na década de 30 e 50 era considerada a seleção mais forte do planeta, neste período chegaram em duas finais de copas do mundo,sendo uma delas contra a Alemanha, mas perderam as duas, tanto em 1938 quanto 1954. O país participou de competições europeias outras quatro vezes, sendo em 1964 sua melhor campanha, atingindo o terceiro lugar. Após o ano de 1972, a equipe ficou até 2016 sem se classificar para o campeonato europeu, entretanto desde sua volta eles se mantiveram, sendo essa edição a terceira seguida. 
 

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"O Time de Ouro” Hungáro em 1953, destaque a Puskas.ao centro na primeira fila. Foto: FIFA


 

A formação escolhida pelo italiano é o 3-4-2-1, consolidando o meio de campo. Os principais jogadores da seleção são do futebol alemão, o goleiro Gulácsi, um dos  melhores na liga em que disputa, atua pelo RB Leipzig junto com o zagueiro Orban de 31 anos que se tornou reserva nesta temporada, entretanto mantém o bom nível. 

Ainda na Bundesliga, o meio campista do Union Berlin, Schafer é destacado pelo seu empenho tanto defensivo como pela sua construção de jogadas, disputou a liga dos campeões da Europa nesta temporada, eliminado na fase de grupos. O grande jogador do país também atuou no RB Leipzig, mas no começo desta temporada se transferiu para o gigante Liverpool, em que se tornou uma das estrelas dos reds, Szoboszlai é o camisa 10 da seleção e a grande esperança para gols e vitórias para seu povo, quem sabe os tempos gloriosos deste país da Europa central voltam? 
Os escolhidos para esta missão foram:
Goleiros: Denes Dibusz (Ferencvaros), Peter Gulacsi (RB Leipzig) e Peter Szappanos (Paks)

Defensores: Botond Balogh (Parma), Endre Botka (Ferencvaros), Marton Dardai (Hertha Berlin), Attila Fiola (Fehervar), Adam Lang (Omonia Nicosia), Willi Orban (RB Leipzig) e Attila Szalai (Freiburg); 

Meio-campistas: Bendeguz Bolla (Servette), Mihaly Kata (MTK Budapeste), Milos Kerkez (Bournemouth), Laszlo Kleinheisler (Hajduk Split), Adam Nagy (Spezia), Zsolt Nagy (Puskas Akademia), Loic Nego (Le Havre), Andras Schafer (Union Berlin) e Callum Styles (Sunderland); 

Atacantes: Martin Adam (Ulsan Hyundai), Kevin Csoboth (Ujpest), Daniel Gazdag (Philadelphia Union), Krisztofer Horvath (Kecskemet), Roland Sallai (Freiburg), Dominik Szoboszlai (Liverpool), e Barnabas Varga (Ferencvaros).