Os últimos desempenhos foram dentro do esperado para um país com pouco investimento no esporte, os poucos amantes de futebol em solo norte-americano não criavam expectativas com a seleção, pelo menos até 2016, quando surge na Alemanha uma grande promessa, Christian Pulisic, jovem estado-unidense que surge na base do Borussia Dortmund, grande time alemão.
O início
Junto com a grande promessa, vem a candidatura oficial dos Estados Unidos para sediar a Copa de 2026, um projeto a longo prazo se inicia. É verdade que em 2018 não tivemos o prazer de ver os EUA jogando na copa da Rússia, mas é no pós copa, que começaríamos a ver uma seleção competitiva. Nomes da MLS (Major League Soccer), maior competição de clubes dos Estados Unidos começaram a se transferir para o futebol europeu, ou algumas vezes, jovens norte-americanos já surgem na base de clubes do velho continente, como foi o caso de Pulisic, Giovani Reyna, Sergiño Dest e etc…
Mas, fato é, uma crescente de grandes promessas americanas aconteceu e segue acontecendo no futebol mundial e isso os levou a 4 títulos desde a estreia do jovem Pulisic no time principal, em 2017, a Copa Ouro da Concacaf é conquistada após 4 anos, em 2019-20, a Liga das Nações da Concacaf é conquistada pela 1° vez, marcando oficialmente uma nova era no futebol norte-americano.
Esses dois títulos colocaram a geração de ouro no radar, mas ainda faltava algo.
E acompanhando de longe tudo isso, um nome forte ia surgindo na área técnica do futebol, o treinador norte-americano, Jesse Marsch foi fazendo seu nome no futebol europeu, em trabalhos frente aos times da Red Bull, o Salzburg e Leipzig e depois, rumo à Inglaterra, no Leeds United.
Todo esse tempo foi necessário para que uma seleção completa de jogadores com nível elevado se formasse. Em 2021, mesmo sem seus principais jogadores, os Estados Unidos cravam seu nome na Copa do Mundo de 2022 e conquistam novamente o título da Copa Ouro da Concacaf, além de garantir a vaga na semifinal Liga das Nações da Concacaf (que acontece após a Copa do Mundo), o projeto se inicia com muito sucesso.
No pré copa, uma das grandes revelações do país, Giovani Reyna falou um pouco sobre a expectativa para a Copa de 2022, mas já visando 2026, onde jogará na sua casa;
- Ganhar a Copa do Mundo obviamente não é nada fácil. Há muito tempo até lá. Temos que ver como as coisas se desenvolvem. Mas tenho certeza de que nossa geração jovem agora estará no auge de suas carreiras. Acho que com os torcedores em casa tudo é possível - disse o meia, de 21 anos, que atua no Borussia Dortmund, ainda antes da Copa do Catar, em reportagem do jornal "The Guardian".
Chegando ao Catar
A preparação para Copa foi bem-sucedida, com vitória sobre a futura 4° melhor seleção do mundo, o Marrocos.
Era um bom elenco, o 2° mais jovem da competição com uma média de idade de 25,2 anos, sem muita casca e experiência, mas com muito talento e o resultado foi o esperado, assim como a grande geração belga, a 1° copa da geração americana foi uma surpresa positiva para todos, a vaga para as oitavas de final veio com 2 empates e uma vitória, um ótimo futebol apresentado, neutralizando a seleção inglesa de Harry Kane e Jude Bellingham, que chegariam as quartas de final no futuro. Com a 10 nas costas, Pulisic levou o seu país as Oitavas de Final contra uma seleção holandesa que vinha apresentando um “futebol feio”, mas cascudo e infelizmente, o resultado foi negativo, apesar das reações pós jogo serem de frustração para as pessoas que assistiram à partida, a força de Virgil Van Dijk foi suficiente para parar as 17 finalizações americanas durante a partida e os holandeses conseguiram a vaga para a próxima fase, vencendo por 3 a 1.
Pós Copa
Para muitos, os EUA mereceram a classificação, mas isso virou passado para os jogadores assim que o juíz apitou, o foco mudou, a preparação para jogar em casa (Copa de 2026, que será sediada nos Estados Unidos) começou.
O pós copa é de foco para o melhor resultado do país em Copas do Mundo, jogando em casa, com sua geração de ouro.
Após grande atuação, os Estados Unidos conseguem uma “contratação”, de uma posição carente para o elenco. O jovem Florian Balogun, conseguiu a naturalização para poder jogar pela seleção norte-americana, sensação no futebol francês, o jovem que estava atuando pelo Stade de Reims, emprestado pelo Arsenal, terminou a temporada da Ligue 1 com 21 gols, chamando atenção de grandes equipes.
E finalmente, os Estados Unidos tinham em mãos, o seu melhor XI inicial da história do país, logo para a final da Liga das Nações da CONCACAF, em clássico contra o Canadá;
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Durante a partida, o time chegou a ficar, depois de muito tempo, com o time titular completo de jogadores que atuam nas 5 principais grandes ligas da Europa e o resultado não poderia ser outro, título conquistado, com direito a gol da “nova contratação”, Florian Balogun.
Fato é, a seleção tem casca, tem talento e tem vontade, vontade de ser uma potência no futebol. Isso é possível, a evolução do futebol nos Estados Unidos não ocorre só na seleção principal, mas também na base, na Copa do Mundo sub-20, que o ocorreu recentemente, em junho de 2023, os USA chegaram à final, levando o vice-campeonato, mostrando que estão prontos para se transformar em uma potência.
Além da seleção, a liga de clubes local, a MLS vem ganhando muita força, após a chegada de Lionel Messi ao Inter Miami, os recursos financeiros “foram para o espaço”, a liga está ficando cada vez mais forte e mais vista por todos. E para quem acompanha, sabe que antes mesmo da chegada do argentino em solo norte-americano, o Seattle Sounders fez história se tornando o 1° time dos Estados Unidos a disputar o Mundial de Clubes, após vencer a ConcaChampions, em 2022;
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Após a conquista da Liga das Nações da CONCACAF, o nível da seleção se elevou tanto que, para a Copa Ouro, o treinador Gregg Berhalter convocou um “time B”, o título não veio, sendo eliminado na semi final para o Panamá, mas o destaque positivo foi a vitória frente ao Canadá, nas quartas de final.
Um projeto a longo prazo vem acontecendo e dando resultado, a Copa do Mundo de 2026 chega para colocar um ponto final, no início do projeto, chega para consolidar o país, um título é improvável? Sim, mas eles vêm para surpreender e tem nomes dentro de campo (Pulisic, Balogun, Reyna, Musah, Weah e etc…) além de um grande treinador, esperando a sua chance (assim como todos os torcedores), Jesse Marsch. Os Estados Unidos estão prontos para sair apenas do basquete e futebol americano para tomar conta também do famoso “soccer”.