Estudantes com sintomas de covid atendem pacientes

Graduandos em Medicina da Unifesp vão a festas universitárias e, mesmo sintomáticos, frequentam universidade sem a realização de testes PCR
por
Guilherme Timpanaro Gastaldi
Marina Gonçalez de Figueiredo
|
05/05/2022 - 12h

 

“Tem muita gente sintomática na minha turma. Cada vez mais eu tenho visto colegas chegando na faculdade tossindo e com febre, dias após terem ido em grandes aglomerações ”, diz Giovanna Ciutti, aluna de medicina na Universidade Federal de São Paulo.

Cursando o quinto semestre de medicina, Giovanna, 20, diz que se sente insegura ao entrar em contato diariamente com esses alunos, pois tem medo de contrair o vírus novamente. “Quando eu peguei a doença fiquei muito mal, tive tosse, febre, dor de garganta e falta de ar por sete dias”, relatou a graduanda.

No entanto, além de colocar seus colegas em risco com suas idas diárias à faculdade, os universitários sintomáticos também entram em contato com pacientes. Tal proximidade se dá por conta de matérias obrigatórias de semiologia, ou seja, estudo de sintomas, tanto em crianças quanto em adultos. Além disso, outras atividades acadêmicas podem proporcionar aos jovens uma interação direta com os enfermos, como ligas acadêmicas e extensões.

Contudo, a aluna não acredita que a culpa não seria inteiramente de seus colegas de curso. O principal motivo por trás da imprudência de parte dos alunos, seria "o fato da universidade não estar realizando abono de faltas, ou seja, mesmo trazendo atestado médico, as faltas seriam contabilizadas em seus sistemas acadêmicos". 

Portanto, os alunos da Unifesp não estariam realizando os testes de PCR, pois se o resultado viesse a ser positivo, teriam de ficar dias sem frequentar a universidade.  Tal ação acarretaria na contabilização de inúmeras faltas em seus sistemas acadêmicos. Faltas essas que são determinantes para a conclusão do curso.

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