Estereótipos são estratégias constantes nas produções audiovisuais

Imagem estereotipada em filmes representa o Brasil no exterior.
por
Lucca Cavalheiro Ranzani
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08/06/2022 - 12h

Por Lucca Ranzani

O estereótipo é algo que sempre existiu na sociedade, desde os primórdios, onde o ser humano se tornava racional, as pessoas já realizavam isso. Sendo uma representação de uma imagem preconcebida, padronizada e generalizada definida pelo senso comum. Usado principalmente para definir e limitar as pessoas quanto a aparência, naturalidade e comportamento. Era tratado como normal realizar estereótipo na dramaturgia, aonde eles pegavam coisas de outra  nacionalidade, raça, sexo etc.

Um exemplo bastante claro sobre a questão do estereotipo racista nas produções é a peça teatral Chocolat e Footit que era uma dupla de amigos palhaços, Chocolat era o primeiro palhaço negro de sucesso na França moderna, nas apresentações era feito brincadeiras contra o Chocolat, onde era derrubado da cadeira, sofria agressões, mas era tratado como uma forma de brincadeira e hoje é compreendido que era um ato de racismo e os espectadores da época não via isso e pelo contrário achava engraçado. Vem mudando de uns tempos para cá, porém pessoas negras não se viam representadas em livros, filmes, séries de televisão, brinquedos e etc. Os negros não tinham pessoas para se impressionar e inspirar, mas com a mudança de ideias, pensamentos, os negros começaram a ser representados. Um exemplo claro disso é na série de TV americana Brooklyn 99, uma série de comedia, situada em uma delegacia de polícia em Nova York que é chefiada por um capitão negro e homossexual, também tem um sargento negro, e duas detetives latinas que acabam representando essas minorias. 

As produções de Hollywood são as mais famosas do mundo, que recebem notoriedade pelos astros, sets de filmagens, direções e um alto nível de orçamento. Mas o preço dessa notoriedade é um alto nível de disseminação de estereótipos e visões distorcidas do mundo. Desde o começo Hollywood reforça preconceitos existentes na sociedade norte americana. Paródias, personagens caricaturescos e técnicas de filmagens são elementos utilizados até hoje, nas para representar determinadas culturas de forma equivocada e depreciativa.   

O Brasil tem muitos estereótipos apresentados em produções audiovisuais que acabam sendo retratados como um país de favelas, samba, mulheres e etc. No filme Rio (2011) é mostrada uma imagem customizada do país e mais especificamente do Rio de Janeiro, em que é apresentada a velha e boa “receita de bolo” para um filme fazer sucesso com a imagem do Brasil no exterior. No filme existem alguns equívocos como a fala de personagens quando interpretado em português e espanhol, com um sotaque latino e também usam expressões típicas do espanhol. No filme o país é repleto de macacos, corrupção, favelas, contrabando de animais silvestres e outros estereótipos.   

Para o professor Norval Baitello Jr, estereótipo é uma forma de repetição, um clichê, onde as produções acabam realizando essas gafes para assim poder ter mais sucesso, pois as pessoas têm o costume de ir sempre no comum, no porto seguro. Se na produção audiovisual faz sucesso filmes em que é retratado o Brasil de forma estereotipada  por exemplo, então acaba fazendo sucesso lá fora por ser algo que é bem-visto por eles e aqui no Brasil por ser um filme de fora falando sobre a gente e assim fazer sucesso. É necessário ter uma mudança de pensamento tanto por parte das empresas, quanto por parte dos espectadores pois que devem abrir a cabeça para novas ideias e assim tentar diminuir os estereótipos e as repetições. Apesar disso ser algo seguro para nós, as vezes é necessário sair da zona de conforto e explorar coisas novas e também entendermos que os estereótipos contra raça, sexo, nacionalidade etc. é algo errado e temos que combater essas situações. 
 

 

 

 

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