Nos últimos meses surgiram inúmeros protestos antirracistas de diferentes tipos pelo mundo, a maioria deles motivados pelos recentes casos de violência policial contra homens negros, como George Floyd, que acabou morrendo, e Jacob Blake, gravemente ferido. Existiram protestos de rua, manifestações nas redes sociais e até greve de jogadores de basquete.
Com o intuito de protestar contra esse grave problema que assola o mundo, jogadores da NBA decidiram boicotar jogos da competição de basquete mais importante do planeta. Após os jogadores do Milwaukee Bucks, time do estado norte-americano de Wisconsin, onde ocorreu o ataque a Jacob Blake, decidirem não disputar a partida contra o Orlando Magic, atletas de Oklahoma City Thunder, Houston Rockets, Los Angeles Lakers e Portland Trail Blazers seguiram o exemplo e boicotaram os jogos válidos pelos Playoffs da NBA.
“Eu amo basquete, e por isso sempre quero ver os jogos o mais rápido possível, mas esse tipo de protesto sempre é algo histórico. As pessoas costumam falar que o racismo deve ser combatido, mas são poucas que realmente tomam alguma atitude para que isso ocorra”, disse Lucas Cabral Costa, grande fã da NBA e torcedor fanático do Los Angeles Lakers. “Fico feliz que os Lakers se juntaram à causa e decidiram protestar contra o racismo. O esporte tem muita influência e o posicionamento dos atletas é extremamente importante”, completou.
Após o boicote, outros esportes e atletas apoiaram imediatamente o protesto realizado pelos jogadores da NBA. A MLS (futebol) e a MLB (beisebol), que possuem baixas porcentagens de jogadores negros, adiaram vários jogos após o ocorrido na NBA. Além disso, a tenista japonesa Naomi Osaka se recusou a jogar a partida contra a belga Elise Mertens, pela semifinal do torneio de Cincinnati. A decisão fez com que as organizações de tênis tivessem que adiar suas partidas.
A importância do esporte no combate ao racismo se deve pela visibilidade gerada por um grupo de jogadores (como no caso do protesto dos times da NBA) e pelo posicionamento de cada atleta individualmente. É o que explica Breiller Pires, jornalista do El País e ESPN. “Muitas vezes por meio do esporte, você pode fazer com que um público que não esteja habituado com esse tipo de debate tome consciência do que está acontecendo e tome consciência de que a gente vive numa sociedade racista e que é preciso de alguma forma combater esse problema”, argumenta Breiller.
“Imagine a importância que teria um posicionamento do Messi ou do Cristiano Ronaldo no futebol por exemplo, contra o racismo. Se eles dissessem que não entrariam em campo caso um companheiro fosse ofendido ou uma torcida que recorrentemente se manifesta de forma racista não fosse punida. Acho que teria um peso muito grande”, ressalta o jornalista.