Neste mês o Resumo AGEMT completou 1 ano no ar, sempre com muita informação, análise e os fatos importantes do Brasil e do mundo para você. Em comemoração ao nosso primeiro ano, estreamos hoje uma série de entrevistas para pensar o futuro do Brasil ao final da nona eleição para a presidência depois da redemocratização. Para falar sobre os desafios da política econômica no próximo governo, convidamos André Piva, economista e professor de economia da PUC-SP.
Do ponto de vista fiscal, depois das ações neste ano de 2022, o que podemos esperar de 2023? De fato, o cenário para 2023 é bem desafiador. Têm estudos que mostram que precisaríamos de um espaço fiscal adicional próximo de R$400 bilhões para garantir várias medidas que precisarão ser implementadas, inclusive a manutenção e prorrogação do Auxílio Brasil no montante de R$600. Para 2023, teremos um desafio de conseguir definir esse espaço fiscal e não só definir esse espaço fiscal, mas também repactuar as regras fiscais, as restrições fiscais. A parte do teto de gastos, que não foi cumprido pelo atual governo e, dessa forma, vai precisar ser repensado, já é uma restrição fiscal que não foi atendida. (...) A gente tem a questão da meta de resultado primário e também a parte da regra de ouro, então essas restrições terão que ser reavaliadas e redefinidas. Quais os caminhos para o combate à extrema pobreza e a fome, que voltou a ser realidade no país? Nós precisamos da manutenção do Auxílio Brasil, de R$600, para que a população tenha o mínimo pra conseguir se alimentar e adquirir itens de subsistência, bem como ampliar medidas econômicas para gerar emprego e renda, como, por exemplo, investimentos públicos. A gente tem muitas obras paradas e tem um potencial muito grande de gerar crescimento econômico, emprego e renda. Na sua avaliação, quais pautas econômicas devem ser tratadas com urgência pelo próximo presidente? Para o próximo governo, as medidas que devem estar presentes no debate, como eu já coloquei, seria a parte de um debate mais intenso sobre as questões fiscais, principalmente sobre o teto de gastos novamente, bem como uma reforma tributária. O avanço da reforma tributária é muito relevante para voltar para o debate público e também para o debate na esfera executiva e legislativa. |